Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2025
Denunciado pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu-se na quarta-feira (19) com deputados da oposição ao governo federal para discutir sua estratégia de defesa e reforçar o pedido de apoio ao projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.
Na reunião com cerca de 20 pessoas, no apartamento do líder do PL na Câmara, deputado Zucco (RS), Bolsonaro reforçou o discurso de perseguição política e pediu também o empenho dos aliados para mobilizar apoiadores para o ato marcado para o dia 16 de março, em sua defesa. Na terça-feira, o ex-presidente e outras 33 pessoas foram denunciadas pela PGR, por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
Parlamentares da oposição afirmaram ao ex-presidente que ainda não têm votos suficientes para aprovar a anistia na Câmara, mas prometeram buscar lideranças e deputados do Republicanos, PP, MDB e PSD para avançar com a proposta. A ideia é pedir urgência na tramitação e tentar acelerar o debate sobre o tema depois do Carnaval.
A avaliação dos aliados de Bolsonaro é que o atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve colocar menos entraves para a tramitação do texto do que o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL).
No ano passado, Lira criou uma comissão especial para debater o projeto, mas o colegiado não foi instalado e a proposta ficou parada. Agora, Bolsonaro orientou os deputados a negociar para pautar o projeto diretamente no plenário, sem passar por comissões.
Presidente do PL em Minas, o deputado Domingos Sávio afirmou que, durante o encontro, Bolsonaro disse que “não cogita sair do Brasil’, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O passaporte do ex-presidente está retido desde fevereiro de 2023, como medida cautelar que integra a investigação sobre o grupo que tentou executar um golpe de Estado depois das eleições de 2022.
Périplo
Com a possibilidade de ser preso, Bolsonaro tem feito um périplo por gabinetes de parlamentares e lideranças partidárias para tentar apoio para a anistia. Na terça, reuniu-se com senadores e nos últimos dias esteve também com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e do União Brasil, Antônio de Rueda.
O ex-presidente pode ser condenado a até 43 anos de prisão, por cinco crimes: organização criminosa; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. As informações são do jornal Valor Econômico.