Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanhou o primeiro dia do julgamento da trama golpista na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) com a principal condecoração do Exército Brasileiro presa na lapela do terno.
Bolsonaro recebeu a medalha de Pacificador com Palma no fim de 2018 por uma ação de 40 anos antes, em 1978, quando Bolsonaro ajudou a retirar de uma lagoa um soldado que se afogava durante exercício militar.
Bolsonaro é acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de pressionar os chefes das Forças Armadas a dar um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de 2022.
O comandante do Exército da época, general Freire Gomes, foi contra a conspiração. Seis generais do Alto Comando de 2022 relataram à Folha de S.Paulo, sob reserva, que as pressões golpistas de Bolsonaro e aliados foram motivo de instabilidade na Força após as eleições presidenciais.
Os ex-chefes da Aeronáutica e do Exército foram os responsáveis por confirmar, em depoimento, que Bolsonaro os consultou sobre um decreto golpista em dezembro de 2022.
A condecoração de Pacificador com Palma é oferecida aos militares que, em tempo de paz, tenham realizado “atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, com risco de vida”. Na concepção do comando do Exército, Bolsonaro arriscou sua própria vida para salvar o colega.
A Folha revelou no último ano a íntegra do processo interno do Exército que culminou com a entrega da medalha a Bolsonaro. Os documentos mostram que, diante do hiato entre o “ato heroico” e a entrega da condecoração, o ex-presidente precisou da benevolência do ex-comandante do Exército Enzo Martins Peri para conseguir a honraria militar.
Almoço
Bolsonaro almoçou numa churrascaria nessa terça-feira (25) com seus advogados, durante o intervalo do primeiro dia de julgamento da trama golpista no STF.
A refeição foi rápida e ele esteve acompanhado dos advogados Paulo Cunha Bueno, Daniel Tesser, Celso Villardi e do deputado federal Mário Frias (PL-RJ). Questionado pela CNN Brasil sobre primeiras impressões do julgamento, disse ser suspeito para falar e não quis entrar em detalhes.
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) deu início nessa terça à análise do recebimento da denúncia contra o ex-presidente e outras sete pessoas pela trama golpista de 2022.
Os ministros vão analisar questões processuais e decidir se há indícios de autoria e de materialidade na acusação feitas pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Se a resposta for positiva, os denunciados se tornam réus e passam a responder a ações penais no Supremo.
O colegiado é presidido pelo ministro Cristiano Zanin e integrado pelo relator do caso, Alexandre de Moraes, além de Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. A expectativa é que o julgamento seja encerrado na manhã dessa quarta (26). (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)