Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2019
A Justiça decidiu que o bombeiro acusado pela morte de um estudante colombiano durante uma briga de condomínio em Porto Alegre, em 2017, será julgado pelo Tribunal do Júri. De acordo com a sentença assinada pela juíza Cristiane Busatto Zardo, da 2ª Vara do Júri do Foro Central da Capital, o soldado Tiago Lamadril Borges, 37 anos, responderá por homicídio doloso duplamente qualificado, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Eduardo de la Hoz era mestrando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi morto ao chegar ao prédio que morava, na Avenida Cristovão Colombo. Natural de Barranquilla, na Colômbia, o mestrando desenvolvia desde 2015 uma pesquisa sobre redes de poder no Departamento de História da UFRGS, onde era bolsista.
Ao chegar em casa, o jovem de 29 anos constatou que sua bicicleta não estava na garagem. Ele perguntou ao sub síndico Cláudio Roberto Bohrer Brandão, sobre o que teria ocorrido e, a partir daí, iniciou uma discussão com o aposentado. Então, o também morador do edifício, Borges, ao testemunhar a discussão, teria confundido o colombiano com um ladrão e disparou dois tiros que atingiram o estudante na região abdominal, perfuraram intestino, esôfago, pulmão, coluna vertebral, fêmur e bacia. O jovem ficou internado no Hospital Cristo Redentor por sete meses (dois deles em coma) até morrer em 24 de setembro de 2017.
Contudo, a juíza compreendeu que a vítima, além de estar desarmada, encontrava-se em posição de “subalternidade frente ao réu” no momento em que este efetuou os disparos de arma de fogo. Borges está respondendo processo em liberdade. A advogada Tais Martins Lopes, que defende o bombeiro, comunica que não recebeu a intimação, mas que irá mostrar um recurso à Justiça. Em caso de condenação, o réu pegará seis a 20 anos de reclusão.