Terça-feira, 19 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2021
O Bradesco anunciou que fechou acordo para a compra de 49,99% da participação do BB (Banco do Brasil) no banco digital Digio por R$ 625 milhões. Com a operação, passará a deter, indiretamente, 100% da instituição
Para o vice-presidente executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, a aquisição da fatia do BB vai ao encontro da estratégia de crescimento do banco e funciona como um complemento para as outras frentes em que já existe atuação. Ele diz que novos produtos serão ofertados pelo banco digital, como crédito imobiliário.
O Digio continuará atuando de forma independente do Next – braço digital do Bradesco – num primeiro momento. Como destaca Noronha, o momento é de acelerar e ganhar tração, o que seria limitado com todos os processos que envolvem uma fusão.
“As duas casas tinham estratégias diferentes e, para nós, (a aquisição) é uma oportunidade. Estamos adquirindo uma organização com mais de dois milhões de cartões, uma plataforma escalável e uma marca já respeitada. Acho que chegamos a um bom acordo para os dois lados e respeitando a vontade de cada um.”
Bancos digitais
Atualmente, os bancos tradicionais estão buscando diversificar seus negócios para não ficar para trás na corrida com bancos digitais. Estes, por sua vez, têm atraído investidores de peso. Um exemplo é o Nubank, que recebeu aporte de US$ 500 milhões (o equivalente a pouco mais de R$ 2,5 bilhões) do megainvestidor Warren Buffett.
O vice-presidente ressalta que entre os planos do Bradesco com a aquisição estão o aumento da base de clientes e a ampliação da oferta de produtos e serviços.
“O Digio, hoje, tem cartão de crédito, contas e empréstimos pessoais. Mas a ideia é colocar investimentos e outros produtos e serviços que possam ir ao encontro da demanda dos clientes como, crédito imobiliário.” O Digio possui uma carteira da ordem de R$ 2,5 bilhões.
O executivo destaca ainda o fato de o banco digital possuir um acordo de exclusividade com a Uber a fim de oferecer uma conta personalizada para os motoristas do aplicativo no Brasil e oferecer aos clientes um cartão sem rotativo como vantagens.
Na estrutura societária do grupo, o Digio fica abaixo da Elo Participações, controlada tanto pelo Bradesco quanto pelo BB. Segundo Noronha, a operação é isolada. As outras operações ligadas à Elo Participações não serão desfeitas.
“Ele vai sair de baixo dessa holding e nós absorvemos por uma outra holding nossa. Mas os outros negócios continuam lá.”
A conclusão da operação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As informações são do jornal O Globo.