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Economia Bradesco e Banco do Brasil vão tirar Cielo da Bolsa; bancos terão de desembolsar R$ 5,9 bilhões

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Na operação, que depende de aprovação, preço por ação será de R$ 5,35, 6,4% acima do fechamento do papel nessa segunda-feira.

Foto: Reprodução
Na operação, que depende de aprovação, preço por ação será de R$ 5,35, 6,4% acima do fechamento do papel nessa segunda-feira. (Foto: Reprodução)

O Bradesco e o Banco do Brasil, bancos controladores da Cielo, lançarão uma oferta para fechar o capital da companhia, que é listada na B3 desde 2009. Segundo a empresa, na operação, que depende de uma série de aprovações, o preço por ação na oferta será de R$ 5,35, 6,4% acima do fechamento do papel nessa segunda-feira (5).

A oferta será lançada tanto pelos dois bancos quanto pela EloPar, holding que ambos controlam, pela Alelo e pela Livelo, e poderá adquirir até a totalidade das ações da companhia que não pertencem aos dois bancos.

Em paralelo, os controladores pedirão à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que converta o registro da empresa da categoria A para B, e também pedirão à B3 a saída da empresa do Novo Mercado, o segmento de maiores exigências em termos de governança corporativa do mercado brasileiro.

O laudo de avaliação foi feito pelo Bank of America, e a Ofertas Pública de Aquisição (OPA) será intermediada pelo Bradesco BBI. Em comunicado, o BB informou que sua participação na companhia poderá chegar a até 49,99% do capital, e o restante ficará com o Bradesco.

Momento certo

Os dois bancos decidiram retirar a Cielo da Bolsa ao constatarem que era o momento certo para o movimento. As discussões sobre a deslistagem eram constantes, mas ganharam tração com a chegada de Marcelo Noronha à presidência do Bradesco, em novembro passado.

Há cerca de duas décadas no banco, Noronha ajudou a estruturar a Cielo nos anos 2000 para que a empresa chegasse à configuração societária que tem atualmente, com os dois bancos no controle.

O BB, por sua vez, é comandado desde 2023 por Tarciana Medeiros, que tem 24 anos de casa e passou pelo varejo da instituição, um dos segmentos que poderá ser beneficiado com a maior internalização da empresa de maquininhas.

Formada em 1995, inicialmente a Cielo era uma sociedade entre diversos bancos, que a utilizavam para processar transações com cartões de bandeira Visa. Com a abertura do mercado, outros bancos deixaram a sociedade e Bradesco e BB permaneceram na base. Agora, ficarão com metade do negócio cada um caso a oferta tenha a adesão de todos os acionistas minoritários.

O movimento também se deu, de acordo com um executivo a par do assunto, pela importância da operação para o segmento de pessoas jurídicas dos dois bancos. “A adquirência é muito importante para a fidelização do cliente, principalmente da pequena e média empresa”, disse.

A expectativa é a de que os dois bancos tenham mais flexibilidade para fazer ofertas combinadas de produtos. Como a Cielo tem acionistas minoritários, as suas políticas de preço acabam sendo comparadas às de Stone e PagBank (ex-PagSeguro), que embora atuem com públicos diferentes, também têm capital aberto.

O aumento da concorrência no setor derrubou a rentabilidade da Cielo, o que fez com que as especulações sobre o fechamento de seu capital fossem constantes. O modelo da Rede, controlada pelo Itaú Unibanco, era considerado um paradigma: a companhia teve o capital fechado em 2012.

Não por acaso, o movimento acontece um ano após a Cielo perder a liderança de mercado para a Rede. A disparada da rival aconteceu após a integração total ao banco. Atualmente, a Rede é uma das armas do Itaú para fidelizar pequenas e médias empresas (PMEs) à sua base, e não uma empresa separada.

Movimento similar foi feito pelo Santander espanhol com a Getnet em 2022, poucos meses após a empresa ser levada à Bolsa. A companhia também tem focado nas PMEs para ganhar espaço, e de acordo com analistas, tem sido agressiva em preços para conquistar espaço.

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