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Política Braga Netto escolhe advogado que já defendeu José Dirceu e negociou delação premiada; general foi preso e é investigado por tramar golpe contra a posse de Lula

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A família de Braga Netto foi aconselhada a investir em uma defesa com maior trânsito nos tribunais superiores. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Preso desde o último sábado (14) por suspeita de tentar atrapalhar as investigações do inquérito do golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), o general Walter Braga Netto indicou um novo advogado para atuar no caso.

O militar será defendido agora pelo advogado criminalista José Luís de Oliveira Lima, conhecido como Juca. A troca foi oficializada no sistema do STF, na tarde dessa quarta-feira (18).

Segundo interlocutores, a família de Braga Netto foi aconselhada a investir em uma defesa com maior trânsito nos tribunais superiores diante da gravidade dos fatos.

Juca já defendeu nomes como o ex-ministro José Dirceu, o médico Roger Abdelmassih e o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.

O criminalista também atuou na defesa do ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, em processos ligados à Operação Lava-Jato.

Juca chegou a negociar um primeiro acordo de delação premiada do executivo, que foi negado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nos meses seguintes, Juca deixou o caso, mas os advogados Daniel Laufer e Maria Francisca Acciolly fecharam um outro acordo de delação com a força-tarefa da Lava-Jato. A delação foi o elemento principal usado para incriminar o presidente Lula.

Em seu site oficial, o advogado destaca os mais de trinta anos de experiência e a eleição, por duas vezes, entre os cem brasileiros mais influentes pela revista Época. Também foi escolhido como um dos quinze advogados mais importantes do Brasil.

Em artigo intitulado E se fosse na Rocinha, no Complexo do Alemão ou em Paraisópolis?, publicado em 25 de outubro de 2022 no jornal Folha de S. Paulo e assinado também pelos advogados Roberto Dias da Silva e Rodrigo Dall’Acqua, criticou Bolsonaro pela atuação no episódio em que o ex-deputado Roberto Jefferson atirou contra agentes policiais.

“A interferência do presidente da República é chocante. Determinar que o ministro da Justiça compareça para interferir no cumprimento da prisão desse criminoso é assustador. Em qualquer país civilizado, o presidente da República e o seu ministro seriam cobrados pela sociedade para esclarecer esse comportamento. Mas infelizmente parece que nada acontece por aqui”, dizia o texto.

Em outro artigo, que assinou sozinho e também foi publicado na Folha, criticou o “populismo rasteiro” de Bolsonaro. O texto foi ao ar em 31 de julho de 2019, dias depois de o ex-capitão agredir o advogado Felipe Santa Cruz, filho de uma vítima da ditadura e então presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. “Se o presidente da OAB quiser saber como o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele”, disse Bolsonaro.

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