Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2024
Walter Souza Braga Netto – general de Exército, ex-ministro da Defesa, ex-chefe do Estado Maior do Exército, ex-comandante do Comando Militar do Leste, ex-chefe da intervenção no Rio de Janeiro – foi preso. Por interferir na investigação da tentativa de golpe de Estado que ele mesmo chefiou.
Não é o primeiro quatro estrelas a ser preso. O primeiro – e único, pelo que se sabe – foi o marechal Hermes da Fonseca. Era ainda mais graduado do que Braga: contava com cinco estrelas, já tinha sido ministro da Guerra (o que incluía o comando do Exército) e até presidente da República.
Hermes foi preso duas vezes: a primeira, em 2 de julho de 1922, por incitar desobediência no Exército, durou menos de 24 horas. A segunda, três dias depois, por chefiar a tentativa de golpe militar que desaguou no episódio conhecido como “os 18 do Forte”, durou seis meses.
O golpismo era uma tradição na família de Hermes: seu tio, o marechal Deodoro da Fonseca, derrubou a monarquia; seu filho, o capitão Euclides Hermes, comandou a revolta no Forte de Copacabana; seu primo, general Clodoaldo da Fonseca, apoiou a insurreição de 1922.
Nos 102 anos que se passaram desde a prisão do marechal, incontáveis generais se envolveram em diversos esforços golpistas, mas nenhum nunca havia sido preso. O primeiro, no mês passado, foi o general de brigada (duas estrelas) Mario Fernandes, criador do plano para sequestrar e/ou matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Na última sexta-feira, foi a vez do tetraestrelado Braga Netto.
Braga não será o último. Devem segui-lo os generais Paulo Sérgio de Oliveira (ex-comandante do Exército), Augusto Heleno e Estevam Theophilo. Além do almirante de esquadra Almir Garnier (ex-comandante da Marinha). Todos têm quatro estrelas. Espera-se que fiquem presos muito mais tempo do que os seis meses do marechal. As informações são da revista Veja.