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Brasil bate Estados Unidos pela primeira vez e é ouro no Pan de ginástica artística

Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Júlia Soares, Christal Bezerra e Carolyne Pedro: Brasil bate EUA pela primeira vez e vence ouro no pan-Americano de Ginástica. (Foto: Ricardo Bufolin/ CBG)

Rebeca Andrade colocou mais um ouro no peito. A campeã olímpica já está acostumada com as medalhas, mas a deste domingo (17) tem um peso diferente, o de ter ao seu lado no pódio Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Júlia Soares, Christal Bezerra e Carolyne Pedro. O Brasil foi campeão por equipes femininas no Campeonato Pan-Americano de Ginástica Artística no Rio de Janeiro. Pela primeira vez, as brasileiras superaram os Estados Unidos, quebraram a hegemonia de uma potência da modalidade.

Antes mesmo de sair a última nota de Flavinha no solo, a torcida nas arquibancadas da Arena Carioca 1 já gritava: “É campeão!” A vantagem construída na trave e o show da finalista olímpica já davam a certeza da vitória. O Brasil somou 162,999 pontos em uma competição sem falhas. As americanas ficaram com a prata (161,000 pontos), e o Canadá completou o pódio (155,534).

O Brasil também foi campeão por equipe no Pan do ano passado, só que os Estados Unidos não participaram da disputa feminina por já ter o máximo de vagas para as Olimpíadas de Tóquio. Desta vez, as americanas escalaram uma equipe renovada, mas contando com Kayla DiCello, bronze no individual geral do último Mundial. Os Estados Unidos devem reforçar a equipe no Mundial de Liverpool com Sunisa Lee, campeã olímpica em Tóquio. Em todo caso o Brasil mostrou que tem forças para brigar com Estados Unidos, China, Itália, Grã-Bretanha e França por uma inédita medalha por equipes no Mundial.

A final

Competindo lado a lado com as americanas, as brasileiras puderam se equiparar com as principais adversárias pelo ouro. No salto, o Brasil passou bem com Carol (13,033 pontos), Flavinha (14,033) e Rebeca (14,500). Campeã olímpica e mundial do salto, Rebeca não fez seus saltos de maior dificuldade, mas compensou com uma execução quase perfeita do Yurchenko com dupla pirueta, mesmo movimento realizado por Flavinha. Somando 41,566 pontos, o Brasil colocou meio ponto de vantagem sobre os Estados Unidos, mas foi dois décimos abaixo do que fez na classificatória.

Nas barras, o Brasil ganhou o reforço de Lorrane, que foi reserva na classificatória. Ela passou bem pelo aparelho e conseguiu 13,100 pontos. Flavinha (13,600) e Rebeca (14,433) também acertaram suas séries, embora a campeã olímpica, que é atual vice-campeã mundial das barras, tenha se saído meio ponto melhor na classificatória. Somando 41,699 pontos, as brasileiras viram as americanas tomarem a dianteira por pouco mais de sete décimos. Por outro lado, o Brasil foi 1,2 ponto melhor que na classificatória.

A trave foi o ponto forte para o Brasil. Assim como na sexta-feira, as brasileiras tiveram as três maiores notas da competição com Júlia (13,467), Flavinha (13,867) e Rebeca (14,133). Flavinha teve um desequilíbrio grande, que pesou no somatório do aparelho, sete décimos abaixo da classificatória. As americanas, por outro lado, tiveram com uma queda de Kayla DiCello, mas melhoraram em relação ao primeiro dia, quando contaram com duas quedas. Com 41,467 pontos da trave, o Brasil voltou à liderança e colocou 2,4 pontos de frente para os Estados Unidos.

As americanas eram mais fortes no solo, mas a vantagem brasileira era grande e deu tranquilidade para Carol (12,333), Júlia (12,867) e Flavinha (13,633) se apresentarem no solo. Duas vezes finalista do aparelho em Mundiais, Flavinha fechou a competição praticamente cravando sua série para selar a vitória sobre os Estados Unidos. Somando 38,833 pontos no solo, o Brasil melhorou quase oito décimos no aparelho em relação à classificatória. No geral, a equipe brasileira somou 162,999 pontos, um a mais do que na sexta-feira.

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