Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2025
Em 2024, foram registrados 1.690 desastres; terceiro maior registro da série.
Foto: Gilvan Rocha/Agência BrasilNo ano passado, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, emitiu 3.620 alertas de desastres. Este é o maior número desde o início do monitoramento em 2011.
Em 2024, foram registrados 1.690 desastres; terceiro maior registro da série. O ano foi marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que deixaram milhares de pessoas desabrigadas. O maior desastre climático da história recente do Estado deixou 183 mortos e 27 desaparecidos.
Cerca de metade dos alertas (53%) foram de risco geológico, como deslizamentos de terra. Os outros alertas (47%) foram associados a riscos hidrológicos, como enxurradas e transbordamentos de rios e córregos. Dois terços dos alertas são de origem hidrológica, o que indica a predominância de enchentes e enxurradas, com destaque para as áreas urbanas e mais vulneráveis, de acordo com o Cemaden.
Os alertas e as ocorrências registradas pelo Cemaden se concentraram nas grandes regiões metropolitanas do Brasil, como São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). No ranking dos municípios, Manaus (AM) é a cidade com o maior número de alertas emitidos (50). Na sequência, estão Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), ambas com 41 alertas.
Entre as cidades com maior número de ocorrências de desastres, estão Petrópolis (RJ) com 44 registros, seguida por Salvador (BA), com 33, e São Paulo (SP), com 27.
Para a diretora interina do Cemaden, Regina Alvalá, os números reiteram a necessidade de ações integradas, com investimentos na gestão de riscos, bem como em ações em que as comunidades melhorem a percepção do risco.
“O crescente aumento de alertas emitidos e de ocorrências nos municípios corroboram balanços anteriores e a premente necessidade de investimentos integrados, tanto na gestão de riscos e de desastres, quanto na necessidade do aumento da percepção de riscos. Portanto, investimentos em ações estruturantes e não-estruturantes devem ser prioridades nos novos governos municipais que assumiram as prefeituras recentemente”, avalia Regina.
Segundo o Cemaden, a concentração de eventos em áreas urbanas, juntamente com a predominância de certas tipologias, ressalta a necessidade de estratégias integradas de mitigação e respostas, especialmente nos municípios que apresentam o maior número de áreas de risco. Essa abordagem é fundamental para reduzir impactos futuros e aumentar a resiliência das comunidades afetadas.
A análise dos alertas e das ocorrências ao longo dos anos demonstra um crescimento constante, que está relacionada à expansão do número de municípios monitorados, e ao aumento do número de eventos extremos de chuva e suas consequências.