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Brasil comandará Mercosul, G20 e Conselho da ONU neste semestre

Presidente voltou a reforçar a manutenção de Nísia Trindade à frente da Saúde. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil deve assumir o comando de três organismos multilaterais neste segundo semestre: Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), G20 (20 principais economias do mundo) e Conselho de Segurança das Nações Unidas. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá intensificar a agenda diplomática com viagens nos próximos meses para Bélgica (cúpula Celac-União Europeia), África do Sul (cúpula dos Brics) e Estados Unidos (Assembleia da ONU).

Inicialmente, o Brasil iria comandar, a partir do ano que vem, o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Entretanto, como vai assumir o G20 no mês de dezembro, o comando do grupo passou para a Rússia. O Brasil comandará o bloco apenas em 2025.

Fonte próxima ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, avalia que, ao presidir esses grupos, o País poderá propor a discussão sobre temas como o acordo Mercosul-União Europeia, mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, paz e segurança internacional, reforma do Conselho de Segurança da ONU e combate à desigualdade.

Mercosul
O Brasil assumirá o comando do Mercosul nesta terça-feira (4). Desde a posse, o presidente tem reiterado que o grupo precisa se fortalecer. A expectativa entre diplomatas é que o presidente Lula adote as medidas para fazer com que o acordo comercial com a União Europeia possa avançar. O texto é negociado desde 1999 e, desde 2020, está na fase de revisão.

Um documento adicional inserido pela União Europeia porém, tem causado resistência por parte do governo brasileiro, que o vê como uma “ameaça”. O texto prevê sanções em caso de descumprimento de metas na questão ambiental, por exemplo.

A expectativa no governo brasileiro é fechar o acordo até o fim deste ano, aproveitando que o Brasil comandará o Mercosul e a Espanha, a União Europeia, dois países engajados na conclusão das negociações.

Paralelamente às discussões sobre o acordo, o Brasil tem defendido que a Venezuela, suspensa do Mercosul desde 2017, volte a integrar o bloco de maneira efetiva. Lula tem tentado reaproximar os dois países.

G20
Em dezembro, o Brasil assumirá a presidência do G20, grupo que reúne representantes das maiores economias do mundo. A presidência do grupo é rotativa e atualmente é ocupada pela Índia. O Brasil ficará à frente do G20 até novembro do ano que vem.

A expectativa é que Lula paute no grupo discussões sobre desigualdade e sustentabilidade. Em recentes declarações, o presidente tem cobrado mudanças na atuação do G20, afirmando que o grupo precisa, por exemplo, incluir a União Africana e passar a discutir temas como inflação e taxa de juros.

Lula também tem cobrado ação do G20 em relação à violência nas redes sociais, defendendo que o grupo adote medidas para que as plataformas não sejam utilizadas para disseminação de fake news, discurso de ódio ou práticas terroristas. O Rio de Janeiro foi escolhido como sede da cúpula do grupo em 2024.

Conselho de Segurança da ONU

O Brasil comandará o Conselho de Segurança da ONU em outubro deste ano. A presidência é rotativa e muda de mês em mês. Lula tem feito frequentes discursos em fóruns internacionais defendendo a reforma do conselho. O presidente tem dito, por exemplo, que o organismo precisa ter mais representatividade e incluir países da América do Sul, da África e mais países da Europa e da Ásia.

O conselho tem 15 membros, cinco deles têm os chamados assentos permanentes: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Os outros dez são rotativos (o mandato atual do Brasil acaba em dezembro deste ano).

Desde que tomou posse, em 1º de janeiro deste ano, Lula tem dedicado boa parte da agenda à política externa. No primeiro semestre, o petista viajou para países como França, Estados Unidos, China, Japão, Portugal e Argentina.

Também recebeu, em Brasília, representantes de diversos países, entre os quais Argentina, Alemanha, Finlândia e Romênia, além de ter organizado a cúpula sul-americana, que contou com a presença de 11 presidentes da América do Sul.

Duas agendas importantes ficaram para este semestre: a reunião de países que integram a Amazônia e a ida do presidente Lula à África. Ambas estão previstas para agosto deste ano. A viagem para a África estava prevista para maio, mas foi adiada após Lula ter sido convidado para participar das reuniões do g7, grupo que reúne representantes das sete maiores economias do mundo.

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