Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2015
Com 345 mil postos formais de trabalho extintos nos seis primeiros meses do ano, a economia brasileira deve acelerar a diminuição de empregos no segundo semestre. O País deve encerrar o ano com um milhão de vagas com carteira assinada a menos, segundo estudo do Cofecon (Conselho Federal de Economia) divulgado na última semana.
Os sucessivos reajustes da taxa Selic, juros básicos da economia, estão provocando impacto direto sobre a geração de empregos. Em 12 meses, o efeito intensificou-se, resultando na extinção de postos de trabalho.
O início do ciclo de elevação dos juros básicos, em abril de 2013, coincidiu com a redução da geração de empregos, conforme as estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Naquela época, a Selic estava em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada com intervalos de estabilidade.
A partir do segundo semestre de 2014, a situação agravou-se. Na época, o Comitê de Política Monetária do Banco Central segurou a taxa básica, deixando para aumentar a Selic após o segundo turno das eleições.
De lá para cá, foram sete aumentos. Para o Cofecon, a maior extinção de emprego indica que o reajuste da taxa Selic foi maior que o ideal.
Medidas
A entidade recomenda ações de longo prazo para reativar o mercado de trabalho. A redução da taxa Selic representa apenas uma parte desse processo.
Entre as outras medidas defendidas pelo Cofecon estão investimentos em infraestrutura, com destaque para a retomada do programa de concessões; simplificação tributária; redução da burocracia; condições favoráveis de crédito a setores que sejam grandes geradores de emprego; além de incentivos à ciência e tecnologia. A entidade aconselha o aumento da competição entre os bancos, com a adoção de medidas que reduzam o spread bancário. (Wellton Máximo/ABr)