Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
Um estudo publicado nesta segunda-feira pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso) revelou que, entre 1980 e 2013, mais de 106 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. Este número faz o país ser o 5º mais perigoso para elas, entre as 83 nações consideradas.
O perigo está mais perto do que se imagina. Segundo o levantamento, 27,1% dos crimes ocorreram dentro de casa, e 70% cometidos por parente, parceiro ou ex-parceiro da vítima. Pela faixa etária, as que correm maior risco são as jovens adultas, visto que 39% do total têm entre 18 e 30 anos de idade.
O estudo ainda ressalta o impacto da Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006, e trouxe diminuição nas ocorrências nos anos seguintes, mas acabou tendo sua efetividade terminada pela ausência de políticas públicas e mecanismos judiciários mais extensos para coibir as agressões, em especial a punição de agressores.
Enquanto o número de mortes cresceu 22% entre 2003 e 2013, o número de mulheres brancas vítimas de homicídio caiu quase 10% no mesmo período (de 1.747 para 1.576), enquanto os casos de mulheres negras saltaram mais de 54% (de 1.864 para 2.875).
No Rio Grande do Sul, o número de mulheres vítimas de homicídios subiu 18,6% nos onze anos da pesquisa, e 29,6% se considerarmos apenas entre 2006 (ano da Lei Maria da Penha) e 2013.
De autoria do sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, o Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres no Brasil analisa dados oficiais nacionais, estaduais e municipais sobre óbitos femininos no Brasil entre 1980 e 2013.