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Brasil e Venezuela: Após encontro com Maduro, ministro Haddad cobra dívida do país com o Brasil

(Foto: Washington Costa/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na tarde desta segunda-feira (29) que a equipe econômica do governo irá criar um grupo de trabalho para “consolidar” a dívida da Venezuela frente ao Brasil.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou ao Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira para uma reunião privada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do governo.

“No que diz respeito ao Ministério da Fazenda, vai se constituir um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela frente ao Brasil. A partir dessa consolidação dos números, reprogramar o pagamento. No que me diz respeito, a encomenda é essa: consolidação da dívida e reprogramação”, disse Haddad, após a reunião.

Maduro confirmou a criação da comissão. Segundo ele, a ideia é saber o real valor devido por seu país ao Brasil.

“Vai ser estabelecida uma comissão para estabelecer esse tamanho [da dívida] e retomar os pagamentos. A comissão vai estabelecer a verdade”, afirmou Maduro, ao deixar o Palácio do Itamaraty.

Conforme o jornal O Globo, o endividamento da Venezuela com o Brasil já havia sido tratado em março deste ano, quando uma delegação liderada por Celso Amorim, assessor especial da Presidência, foi a Caracas para o primeiro encontro de alto nível do governo com Maduro.

A dívida que o país vizinho tem com o Brasil é estimada em cerca de US$ 1 bilhão. Desse total, aproximadamente 80% são com o BNDES.

Intercâmbio comercial

Também nesta segunda, em encontro com Maduro, o presidente Lula falou em “recuperar” o intercâmbio comercial entre os dois países, ao argumentar que houve uma queda de um terço no comércio entre Brasil e Venezuela. Lula também chamou o encontro com Maduro de “momento histórico” e disse que houve “equívoco” na proibição de visita do venezuelano.

“Depois de oito anos, o presidente Maduro volta a visitar o Brasil e recuperamos o direito de fazer políticas internacionais com seriedade, sobretudo com países vizinhos ao Brasil”, disse Lula. “É difícil conceber que tenha passado tantos anos sem que mantivéssemos diálogo com um país amazônico e vizinho com o qual compartilhamos uma extensa fronteira de 2,2 mil km”.

Para o presidente do Brasil, um dos principais objetivos é recuperar o patamar comercial entre os dois países, que hoje caiu para menos de um terço do total registrado em 2013.

“A gente tinha uma relação comercial que teve fluxo de praticamente US$ 6,6 bilhões e hoje tem pouco menos de US$ 2 bilhões. Isso é ruim para a Venezuela e é ruim para o Brasil”, relembrou. As informações são do jornal O Globo e do Palácio do Planalto.

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