Sábado, 30 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2022
Entidade já contabiliza 14,5 mil casos em 72 países; diretor da organização alertou contra estigma de grupos mais atingidos, como o de homens que fazem sexo com homens.
Foto: ReproduçãoA Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta quinta-feira (21), que já foi notificada de 14.533 casos confirmados de varíola dos macacos (monkeypox) no mundo, incluindo 5 mortes.
Os dados foram divulgados durante a segunda reunião do Comitê de Emergência da Varíola dos Macacos.
O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse continuar preocupado com o número de casos; ele afirmou que alguns países têm uma “aparente tendência de declínio”, mas outros ainda veem aumento. Seis países relataram seus primeiros casos na semana passada.
O Brasil está entre os que têm mais casos confirmados: até o dia 17 de julho, 384 casos haviam sido notificados à OMS. Já o Ministério da Saúde contabilizava, até esta quinta (21), 592 registros da infecção.
A OMS ainda não declarou a varíola dos macacos uma emergência de saúde pública internacional – como é o caso da Covid-19 –, mas o debate continua.
“Estou ciente de que qualquer decisão que tome em relação à possível determinação de uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional envolve a consideração de muitos fatores, com o objetivo final de proteger a saúde pública”, declarou Tedros.
“No momento, a grande maioria dos casos continua a ser relatada entre homens que fazem sexo com homens”, completou.
Ele afirmou que esse padrão de transmissão representa “tanto uma oportunidade para implementar intervenções de saúde pública direcionadas quanto um desafio, porque, em alguns países, as comunidades afetadas enfrentam discriminação com risco de vida”.
Tedros também alertou para o risco de estigmatização dessa população por causa da doença.
“Há uma preocupação muito real de que homens que fazem sexo com homens possam ser estigmatizados ou culpados pelo surto, tornando o surto muito mais difícil de rastrear e interromper”, ponderou.
Poucos dados da África
Tedros também lamentou a pouca quantidade de dados do oeste e centro da África – áreas em que, ao contrário do resto do mundo, a doença não tem afetado apenas os homens que fazem sexo com homens. “Essa incapacidade de caracterizar a situação epidemiológica nessa região representa um grande desafio para o desenho de intervenções para o controle dessa doença historicamente negligenciada”, apontou.
A varíola dos macacos é endêmica de alguns países do continente africano: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificada apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.