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Por Redação O Sul | 20 de março de 2022
O Brasil recebeu 894 ucranianos desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, informou a Polícia Federal no fim de semana. O número se refere à chegada de cidadãos da Ucrânia até quinta-feira (17).
Além disso, segundo a PF, houve 28 pedidos de visto para permanência no país no período. O número é bem menor porque, pelas regras em vigor atualmente, cidadãos da Ucrânia podem passar até 90 dias no Brasil sem a necessidade de um visto.
Uma portaria publicada pelo governo federal no último dia 3 autorizou a concessão de visto humanitário a cidadãos ucranianos em busca de refúgio – algo que também já é oferecido a haitianos, sírios e afegãos, por exemplo.
O visto humanitário tem validade de até 180 dias. Depois desse período, os imigrantes ucranianos terão direito a residência temporária de dois anos e poderão reivindicar residência permanente.
De acordo com a portaria, o visto temporário para acolhida humanitária terá validade de 180 dias e poderá ser concedido aos ucranianos e aos apátridas afetados ou deslocados pela situação de conflito armado na Ucrânia.
O imigrante apátrida precisa iniciar o processo de reconhecimento da condição de apátrida junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública em até 90 dias após ingresso em território nacional.
Crise
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde que a guerra começou. Do total de refugiados, quase metade é de crianças.
Além de quem fugiu para fora do país, a ONU identificou também que outros dois milhões de pessoas se deslocaram dentro da Ucrânia para tentar se proteger de bombardeios em cidades menos atacadas.
Já entre os que cruzaram as fronteiras do país, o principal destino é a Polônia, que registra cerca de 60% do fluxo total, seguida de países vizinhos como Romênia e Eslováquia.
Países mais distantes também já registaram a entrada de ucranianos. Na Alemanha, 175 mil haviam chegado no país desde o início da guerra até quarta-feira (16).
Na Espanha, ucranianos se aglomeram em longas filas diárias nos centros de estrangeiros, que receberam até agora quase 5 mil ucranianos.
A Europa não via um fluxo tão rápido de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.