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Brasil mais velho: idosos deixam de ser a menor parcela da população

Conforme o instituto, no ano passado, esse grupo representava 15,6% da população brasileira. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quinta-feira (22), os idosos deixaram de ser a menor fatia da população brasileira em 2023 e, daqui a duas décadas, vão ser a maior delas. Conforme o instituto, no ano passado, esse grupo representava 15,6% da população brasileira, ultrapassando os 14,8% dos que têm 15 a 24 anos. Essa é a primeira vez que a população mais velha ultrapassa a mais jovem, faixa que vem diminuindo desde os anos 2000.

Veja a distribuição da população por faixa etária:

O levantamento do IBGE apresenta, também, projeções sobre a população até 2070. E elas mostram que, em 2046, os 60+ vão ser a maior fatia populacional do País, chegando a 28%. Em 2070, esse percentual sobe para 37,8% – ou seja, mais de 1 em cada 3 brasileiros será idoso. Com isso, a idade média dos brasileiros, que em 2023 era de 34,8 anos, passará a ser de 51,2 anos.

Segundo o IBGE, os principais motivos para esse movimento é a queda na taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) e o aumento da expectativa de vida. De 2000 a 2023, o número passou de 2,32 para 1,57 filho por mulher (o número mínimo para garantir a reposição da população é de 2,1 filho por mulher).

A expectativa de vida (chamada esperança de vida ao nascer) subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070. A diminuição no número de filhos por mulher é o principal fator para que a população do Brasil comece a diminuir – o que deve acontecer a partir de 2042.

“Com menos pessoas em período fértil, o país terá menos nascimentos e, consequentemente, a população crescerá menos”, diz Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE.

As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:

– O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais;
– O País segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros;
– 1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na história em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
– O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
– Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
– Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
– Após 50 anos, termo favela voltou a ser usado no Censo.
– O Brasil tinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado de esgoto. Esse número equivale a 24% da população brasileira. Já a falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros.
– Mais da metade dos 203 milhões de brasileiros – 54,8% – mora a até 150 km em linha reta do litoral.

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