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Por Redação O Sul | 24 de julho de 2022
A vacinação infantil no Brasil vem caindo nos últimos anos em relação a imunizantes essenciais como a BCG, a tríplice bacteriana e as contra a hepatite B e a poliomielite, todas com taxas de cobertura menores que médias mundiais. A conclusão é de um levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF).
Em relação a 2021, segundo o relatório global, levando em conta informações de 177 países, incluindo o Brasil, no mundo todo, os dados indicam a maior queda contínua na vacinação infantil em 29 anos. No Brasil, os números pintam um panorama diferente, mas não menos preocupante.
“É um quadro dramático. [Nesse relatório da OMS], nós estamos entre os 10 piores países do mundo em vacinação, ao lado do Haiti e da Venezuela, países que tem dificuldades econômicas enormes e não têm um programa tão organizado como o nosso”, declarou Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Tuberculose e hepatite
A vacina BCG, que protege contra formas graves da tuberculose, no Brasil, a taxa de imunização da BCG vem caindo consideravelmente desde 2019, que segundo as estimativas da OMS e do UNICEF, a cobertura vacinal foi de 79%, a primeira vez em quase duas décadas que o índice foi menor que a taxa global de imunização.
Já em 2021, no segundo ano da pandemia, somente 63% das crianças receberam a vacina. Até 2015 essa taxa beirava os 100% no país
Sobre a vacina contra a hepatite B, que previne contra uma forma grave da hepatite, um tipo de inflamação no fígado que é provocada pelo vírus B da doença (o HBV), desde 2015 o país não alcança o patamar de 95% recomendado por especialistas. No último ano, esse número de vacinação despencou para 68%.
Este ano, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, a população-alvo atingiu uma cobertura vacinal de apenas 46% até o momento.
Poliomielite e sarampo
Já em relação à vacina contra a poliomielite, segundo dados da OMS e do UNICEF, desde 2016 o Brasil não alcança a faixa ideal para a terceira dose da vacina da pólio, aplicada a partir dos 6 meses de vida. Em 2021, esse índice foi de 61%. Em 2022, a cobertura vacinal está em torno de 45%.
A vacina contra difteria, tétano e coqueluche, em 2021, segundo as estimativas da OMS e do UNICEF, registou a pior marca dos últimos 20 anos: cerca de 68%, enquanto o percentual recomendado deve beirar os 95%. De acordo o Ministério da Saúde, até o último dia 22 de julho, a cobertura vacinal está em torno de 40%.
Em relação a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, doenças virais infectocontagiosas, o País vem registrando queda da cobertura desde 2017. Em 2019, o país perdeu o certificado de erradicação do sarampo após a confirmação de um caso no Pará. Dois anos depois, ao longo do ano de 2021, 2.306 casos suspeitos de sarampo foram notificados em todo o Brasil, destes 668 (29,0%) foram casos confirmados.