Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Luís Eduardo Souza Fraga | 22 de abril de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Brasil não foi descoberto pelos Portugueses, mas invadido e tomado de assalto pelos mesmos, que também escravizaram os povos originários, os verdadeiros donos da terra, e de pronto, deram início a um processo lento e duradouro de extermínio dos nativos, que, de alguma forma, segue até hoje!
Podemos ver isso nas comemorações singelas, rápidas e sem efeito prático, que o país celebra no dia 19 de abril!
Fica a reflexão!
Em 22 de abril de 1500, os portugueses em suas caravelas, chegaram à costa leste do continente da América do Sul, onde hoje é o estado da Bahia e logo trataram de explorar todos os tipos de riquezas que poderiam encontrar, ou seja, o Brasil foi saqueado desde o início, mas as gerações foram passando e séculos depois, muitas das pessoas que viviam aqui, sob o domínio português, já não se consideravam mais portugueses, mas brasileiros, nascia aí, talvez, o primeiro sentimento de Pátria, em solo brasileiro.
A revolta denominada Inconfidência Mineira, com a figura marcante de Tiradentes, foi o primeiro movimento social e político em busca de alguma forma de independência, mas os revoltosos foram descobertos e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, militar e dentista prático, foi preso, julgado e executado no dia 21 de abril de 1792, século XVIII, tornando-se um mártir e, posteriormente, reconhecido como o primeiro herói do Brasil. Atualmente, 21 de abril é feriado em sua memória.
Tiradentes morreu, mas suas ideias libertárias seguiram no imaginário popular e deram frutos, apenas 30 anos depois um novo movimento sobre Portugal, pela independência do Brasil, aconteceu e culminou com o grito do Ipiranga de D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822, que decretou a independência da jovem nação.
O Brasil passou a ser politicamente independente de Portugal, mas ainda vivia sob a Monarquia do jovem imperador D. Pedro I, curiosamente, filho do rei de Portugal, D. João VI.
Mas como assim?
Isso mesmo caro leitor, o nosso país desde sempre foi difícil de entender! Mas… e a Pátria?
É um tanto quanto difícil separar o que é Pátria do que é país, pois se pensarmos no país com seus problemas, a exploração de algumas classes sociais sobre outras e o Estado sobre o povo, provavelmente não iremos nutrir sentimentos patrióticos, mas se pensarmos em Pátria com sentimentos de: afetividade cultural, amor, carinho, orgulho por nossa terra e nossa gente, tudo muda… ou não.
Vamos refletir?
Como poderemos amar quem nos oprime? Quem nos explora? Quem nos furta até a possibilidade de sonharmos com um futuro melhor?
Este é o maior desafio do povo brasileiro, amar a Pátria, mesmo que o país seja o seu maior algoz. É uma reflexão difícil de realizar, mas é necessária! Não é mesmo caro leitor?
Para tentar explicar o que é Pátria, remeto-me a um breve texto de Rui Barbosa: “a Pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade”.
A partir deste texto amplo, cada um de nós brasileiros, poderemos seguir realizando a nossa reflexão pessoal sobre o que é Pátria e país e chegar há alguma conclusão, mais ou menos substancial.
Deus queira que um dia, as próximas gerações tenham melhores condições de entender e explicar aos seus filhos o que é “Pátria”, pois o que é país, desde o início já sabemos!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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