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Economia Brasil pode ganhar US$ 8 bilhões em novas exportações

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Muitas marcas de veículos da China têm chegado ao País com foco na produção de modelos elétricos. (Foto: Divulgação)

Um estudo da consultoria Roland Berger – com base em números do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – estima que a atração de empresas para o Brasil por meio do “nearshoring” pode adicionar US$ 8 bilhões ao ano em exportação. É um número importante, mas bem menor do que os recursos esperados para o México, da ordem de US$ 35,2 bilhões anuais.

“O Brasil tem um posicionamento geográfico estratégico. Pode atender o resto da América Latina, o sul da África e o norte da Europa”, afirma Cristiano Doria, sócio diretor de indústria da Roland Berger. “O México não tem uma matriz energética tão limpa quanto a brasileira, mas tem a vantagem inegável da proximidade com os EUA.”

De acordo com o estudo, o Brasil tem um potencial maior no setor automotivo. Se o País conseguir substituir 30% do que compra da China em autopeças, por exemplo, seria possível agregar US$ 1 bilhão à cadeia do setor. “Num primeiro momento, as empresas (que vêm para o País) importam, mas, depois, começam a localizar a produção”, diz Doria.

Montadoras chinesas

Com projetos definidos de produção local de veículos híbridos e elétricos, quatro montadoras da China já se instalaram no País nos últimos dois anos. Os investimentos confirmados somam mais de R$ 13 bilhões, mas podem passar de R$ 20 bilhões no médio prazo. Fornecedores de componentes também podem chegar ao País nos próximos anos.

A visão do governo chinês é de que companhias locais devem expandir seus negócios para gerar riquezas em outras partes do mundo, “do contrário, não vai ter quem compre seus produtos”, diz Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais da GWM.

O grupo GWM comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), e deve iniciar produção dos seus modelos em maio do próximo ano. O aporte total será de R$ 10 bilhões até 2026 para fazer veículos híbridos, híbridos plugin e, futuramente, elétricos.

Segundo Bastos, a expansão dos negócios chineses deve ocorrer em países considerados estratégicos para a China, como a África do Sul e o Brasil – que é base exportadora para os demais mercados da região, inclusive o México, com os quais tem acordos comerciais. O Brics – grupo que hoje reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – já é um elo que fortalece essa estratégia.

Além disso, afirma Bastos, os chineses têm interesse nos minerais usados na produção de baterias, e o Brasil é grande produtor de alguns deles, como o lítio. Outra vantagem é a possibilidade de exportar para os EUA, já que a guerra comercial entre EUA e China não permite essa relação, e para a Europa, onde o produto chinês tem pouca entrada. “Vão vir muito mais empresas para o Brasil, não só montadoras”, prevê o executivo.

Incentivos

A BYD, maior fabricante de carros elétricos do mundo, já anunciou aportes de R$ 3 bilhões no País para produzir carros, caminhões e chassis de ônibus elétricos, além de uma unidade para processamento de lítio. O grupo deve ficar com a fábrica da Ford, em Camaçari (BA).

Os aportes podem ser ampliados dependendo da prorrogação ou não do programa automotivo de incentivos a empresas no Nordeste, que será votado no Senado como parte do projeto de reforma tributária. Outra chinesa que iniciará a montagem de ônibus no País em 2024, em Fortaleza (CE), é a Higer Bus.

Já o grupo XCMG, também chinesa, pretende produzir caminhões elétricos rodoviários em Pouso Alegre (MG) a partir de 2025. O investimento ainda não foi divulgado.

 

 

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