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Saúde Brasil pode ter alta de casos de coronavírus, mas risco de situação grave é menor

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Cientistas acreditam que flexibilização pode elevar contágio, mas vacinação alta deve evitar quadros piores e "onda" mais forte

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Cientistas acreditam que flexibilização pode elevar contágio, mas vacinação alta deve evitar quadros piores e ‘onda’ mais forte (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O número de novos casos de Covid-19 no Brasil caiu 92% desde fevereiro, comprovando que a doença está, de fato, em recuo. Mas a pandemia não acabou, como muitos parecem acreditar, e novas ondas ainda podem ocorrer, alertou a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)  em seu último boletim.

Estudo do Instituto Todos pela Saúde com base em amostras de laboratórios identificou aumento nos testes positivos de 6,2% para 11,7%, em um período de 15 dias. Anteontem, a média diária de mortes subiu para 124, a maior em duas semanas.

Regiões da Europa e dos EUA têm visto crescerem os casos. Já a China impôs restrições e lockdown, com insatisfação dos cidadãos.

Para a epidemiologista Ethel Maciel, o País vive momento diferente. “Temos porcentual baixo de pessoas com a dose de reforço, não temos campanha de comunicação eficaz, e muita gente que tomou o esquema primário [de vacinação] há mais de um ano. Por outro lado, como já há praticamente 80% da população vacinada com o esquema primário, a chance de ter casos mais graves e mortes é muito menor.”

Margareth Portela, pesquisadora do Observatório Covid da Fiocruz, tem visão semelhante. “[A alta] é uma possibilidade, especialmente considerando o nível de flexibilização de medidas de proteção”, afirma ela, lembrando que o vírus segue circulando pelo mundo.

“De qualquer modo, não vejo como muito provável a onda mais grave.” O último boletim da Fiocruz mostra que, de 10 a 23 de abril, houve redução de 36% nas taxas da intensidade de transmissão no País ante as duas semanas anteriores.

Reforço

“Como a vida voltou ao normal, são possíveis pequenos repiques de casos ou mesmo quedas, a depender da circulação do vírus”, diz Alexandre Naime Barbosa, infectologista da Unesp. Ele crê que, enquanto boa parte da população mais vulnerável estiver protegida, não deve haver alta significativa de casos graves. “Na população em geral, ainda faltam dados para dizer se precisaremos da 4.ª dose.

Variantes devem pesar mais do que o inverno, afirmam cientistas

Alexandre Naime Barbosa, da Unesp, não acredita que a chegada do inverno tenha efeito significativo sobre a circulação do coronavírus. Apesar de, tradicionalmente, vírus respiratórios circularem mais na estação fria, a Covid-19 não seguiu esse padrão e a transmissão no Brasil subiu mais em épocas de calor.

O epidemiologista Pedro Hallal concorda. “Embora os coronavírus, em geral, gostem mais do frio, desde o início o Sars-CoV2 respondeu muito pouco à questão da temperatura”, disse. “O que decide se haverá outra onda é a circulação de variantes novas, não a temperatura.”

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https://www.osul.com.br/brasil-pode-ter-alta-de-casos-de-coronavirus-mas-risco-de-situacao-grave-e-menor/ Brasil pode ter alta de casos de coronavírus, mas risco de situação grave é menor 2022-05-01
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