Brasil precisa estar atento aos mercados emergentes no mundo
O papel da agricultura é fundamental em um cenário de transformações que o mundo vive neste novo milênio. Crescimento populacional e de renda nos países emergentes fazem com que o agricultor ganhe destaque na sociedade pela importância na produção de alimentos em um mercado cada vez mais exigente. Este será o tema apresentado pelo chefe da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embrapa, Elisio Contini, nasexta-feira, dia 19 de fevereiro, às 17h, na 26ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Alegrete (RS), realizada no Parque Doutor Lauro Dornelles.
Pesquisador, com doutorado e pós-doutorado na França e Alemanha, Contini afirma que o objetivo é apresentar as tendências da agricultura mundial e como as regiões devem se adaptar aos novos contextos. No caso do arroz, o especialista avalia que o produto é visto para muitos países em desenvolvimento como estratégico para a segurança alimentar e que o Brasil deve olhar os mercados potenciais para a exportação. “Se quisermos uma evolução, precisamos marcar nossa presença no mercado internacional. E o potencial da exportação com a manutenção do dólar nos patamares atuais deve contribuir”, avalia.
No entanto, o dirigente da Embrapa alerta que outros países devem entrar acirradamente na competição por estes mercados. Cita como exemplo a Argentina, que com as mudanças na política econômica deve ter um crescimento na participação de embarques, assim como o Uruguai, que já está com sua economia ajustada, pode fazer frente como concorrente de produtos agropecuários. “Temos competidores fortes e se não fizermos o dever de casa podemos perder este potencial”, salienta.
Contini ressalta que a evolução tecnológica também vai contribuir com o crescimento da agricultura no mundo. Com temas como sustentabilidade em pauta, cada vez mais o setor será demandado não só para a produção de alimentos como também para outras atividades. “A agricultura é o setor que pode mais contribuir com o mundo. O uso dos produtos agrícolas na saúde humana já está sendo estudado e deve ser uma realidade em pouco tempo. Nos próximos anos, produtos vindos da agricultura vão ser componentes de antibióticos”, acredita.
O evento, que ocorre de 18 a 20 de fevereiro, é organizado pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Associação dos Arrozeiros de Alegrete, com o apoio do Sindicato Rural de Alegrete e da Prefeitura Municipal de Alegrete. Mais informações podem ser obtidas no site www.colheitadoarroz.com.br.