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Brasil quer imunizar 49 milhões contra a gripe; vacinação inicia segunda-feira

Secretário estadual da Saúde do RS, João Gabbardo (D) participou de entrevista coletiva em Brasília (DF) com autoridades do setor. Foto: Rondon Vellozo/Ministério da Saúde

Começa segunda-feira a campanha nacional de vacinação contra a gripe, com a distribuição de 54 milhões de doses para os chamados “grupos prioritários”. A meta é imunizar 49 milhões de pessoas. No ano passado, 44,3 milhões receberam a vacina, o equivalente a 86,7% do total previsto pelo Ministério da Saúde.

Foram investidos 487 milhões de reais na ação, que será realizada até o dia 22, segundo o ministério. Fazem parte do grupo a ser imunizado crianças de 6 meses a menores de 5 anos, doentes crônicos, idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, presos e funcionários do sistema prisional, além da população indígena.

A dose, via injeção, protege contra os subtipos do vírus influenza: H1N1, H3N2 e B. O dia 9 será o dia “D” da campanha, que marca a mobilização nacional.

Em 2015 não houve a inclusão de um novo grupo prioritário. No entanto, é preciso fortalecer a participação das gestantes, que têm maior risco de complicação caso contraiam a gripe, conforme Carla Domingues, coordenadora do programa nacional de imunização. “Ao vacinar [uma grávida], ocorre a imunização passiva do bebê, que passa a ser protegido até os seis meses de idade, período quando a criança receberá a dose”, explica.

Foram internadas, no ano passado, 1.794 pessoas em decorrência de complicações da gripe, e 326 morreram, de acordo com governo federal. A cepa H1N1 foi a que provocou o maior número de óbitos (163), seguido do H3N2 (105).

Rio Grande do Sul

A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul informou que um atraso pontual por parte de um dos laboratórios produtores da vacina contra a gripe ocasionou demora no repasse das doses previstas para os gaúchos. Consequentemente, houve falta em determinados municípios do Estado.

Nesta quinta-feira o RS recebeu cerca de 526 mil doses, e nova remessa está prevista para a próxima semana. A informação é do secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, que participou de entrevista coletiva com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e outras autoridades na sede do Ministério da Saúde, em Brasília (DF).

Gabbardo assegurou que não faltarão vacinas para atender os grupos prioritários e reforçou a importância da imunização antes da chegada do clima frio no RS. O Estado começou a vacinação uma semana antes do calendário nacional.

Hoje, as UBS (Unidades Básicas de Saúde) estarão fechadas em função do feriado nacional do Dia do Trabalhador. A vacinação será retomada pelos municípios segunda-feira e no Dia de Mobilização Nacional, quando todas as UBS estarão abertas para receber o público-alvo da campanha.

Atraso

Todas as 54 milhões de doses serão distribuídas pelo Brasil, segundo o ministro da Saúde. Ele alega que, devido ao processo de logística, podem haver pontuais atrasos na entrega das vacinas. “Não é possível distribuir as doses ao mesmo tempo. Temos que pedir transporte, liberação alfandegária (…). O que pode acontecer é faltar em um dia, mas no outro haverá reposição. É uma questão de acomodação do processo”, disse Chioro.

Ele complementou reforçando que “não faltará vacina”. Além disso, declarou que considera boato a suposição de que as pessoas que tomarem a vacina desenvolverão a doença. “A vacinação é extremamente segura. A enfermidade mais comum entre nós é o resfriado, produzido por outros vírus que não causam a gripe. É possível que você fique resfriado, mas a proteção contra as três cepas do vírus será garantida efetivamente com a vacina. A proteção é coletiva, porque a circulação dos vírus fica atenuada”, explicou.

O medicamento é contraindicado a pessoas com histórico de reação anafilática em doses anteriores. E a quem tem algum tipo de alergia grave à proteína do ovo, uma vez que a dose é produzida em embriões de galinha, segundo o ministério. (AG)

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