Sábado, 30 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2024
Após pressão internacional por um posicionamento do Brasil, Itamaraty divulgou nota sobre as eleições na Venezuela
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilO Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou nesta segunda-feira (29) que “saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”. Em nota, o Itamaraty disse que “reafirma o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”.
O governo brasileiro afirmou ainda que aguarda “a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
A nota foi publicada em meio à pressão internacional e da oposição venezuelana por um posicionamento do Brasil em relação ao anúncio do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que declarou Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais.
Já o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que “o governo brasileiro continua acompanhando o desenrolar dos acontecimentos para poder chegar a uma avaliação baseada em fatos”.
Em um comunicado divulgado à imprensa, ele disse que não vai “endossar nenhuma narrativa de que houve fraude. É uma situação complexa e nós queremos apoiar a normalização do processo político venezuelano”.
O diplomata brasileiro apontou uma participação expressiva dos eleitores na votação. Ele disse também esperar que “todos os candidatos” respeitem o resultado do pleito.
“O fato principal que nos leva a ser cauteloso é que não deram o resultado público mesa por mesa. O governo deu até agora um número, mas tem que mostrar como chegou nesse número: ata por ata”, disse Amorim.
“Não sou daqueles que reconhece tudo o que é dito, mas também não vou entrar numa de dizer que foi fraude. É uma situação complexa e queremos um regime democrático para a Venezuela de forma pacífica”, prosseguiu.
Expulsão
O governo de Nicolás Maduro expulsou todo o corpo diplomático de sete países nessa segunda. A expulsão ocorreu logo após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo eleitoral do país, ter proclamado Maduro como presidente da Venezuela.
Os países que tiveram o corpo diplomático expulso são:
— Argentina
— Chile
— Costa Rica
— Peru
— Panamá
— República Dominicana
— Uruguai
Entre os países que tiveram os diplomatas e embaixadores expulsos estão Argentina, Chile, Panamá, Peru e Uruguai, que contestaram o resultado das eleições na Venezuela. A carta com a expulsão foi publicada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto.
O ministro diz que o país “rejeita as ações e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com ideologias sórdidas do fascismo internacional” e que este grupo quer desconhecer o resultado da eleição realizada no domingo (28).
“Ante este precedente nefasto que atenta contra nossa soberania nacional, decidimos retirar todo o corpo diplomático de nossas missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, bem como expulsar de imediato seus representantes do território venezuelano.”
Entre os países que contestaram o resultado das eleições também estão Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Peru, Colômbia, Guatemala e Portugal.