Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2016
Ainda que alguns indicadores comecem a dar sinais de que a economia brasileira parou de piorar e pode estar saindo do fundo do poço, o mercado de trabalho precisará de alguns anos para se recuperar dos efeitos da prolongada recessão e absorver todos aqueles que foram demitidos ou não conseguiram um emprego com carteira assinada.
Projeções das consultorias Tendências e GO Associados, com base nas estimativas do mercado para o PIB (Produto Interno Bruto), apontam que só a partir de 2021 o Brasil deverá recuperar o nível de estoque de empregos formais do final de 2014, quando o País vivia uma situação considerada de quase pleno emprego.
Desde janeiro de 2015, o Brasil perdeu 2,07 milhões de vagas com carteira assinada, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. O País terminou o mês de junho com um estoque de 39,1 milhões de empregos formais ante 41,2 milhões no final de 2014. O recorde da série foi registrado em setembro daquele ano, nas vésperas das eleições presidenciais, quando o total de trabalhadores celetistas chegou a 41,8 milhões.
Já são 15 meses seguidos de demissões superando as contratações. No ano passado, o Brasil perdeu 1,54 milhão de empregos formais. Em 2016, no acumulado no ano, até junho, foram eliminados outros 531,7 mil postos de trabalho no regime celetista.
O economista Rafael Bacciotti avalia que as demissões devem perder força nos próximos meses e que o País voltará a criar vagas a partir de 2017, mas também projeta que só em 2021 será retomado o patamar de estoque de empregos formais pré-crise. A taxa de desemprego ficou em 11,3% no trimestre encerrado em junho e a população desocupada bateu 11,6 milhões, o maior número da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). (AG)