Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2024
Levantamento apoiado por Ministério da Educação mostra acesso e disponibilidade de vagas em instituições no País
Foto: ReproduçãoCerca de 632 mil crianças estão em filas de espera de creches no Brasil e quase 9 em cada 10 cidades sofrem com o problema por falta de vaga no País. As informações são da pesquisa “Retrato da Educação Infantil no Brasil: acesso e disponibilidade de vagas”, realizada pelo Gaepe (Gabinete de Articulação pela Efetividade da Política da Educação), divulgada na terça-feira (27).
Das 632 mil crianças, a faixa etária de 1 ano é a que mais espera, com 178.477 recém-nascidos. Por outro lado, a faixa etária de 4 anos é a que tem a menor quantidade em filas, com 34.373.
A região Sudeste é a que tem mais crianças esperando por uma vaga, com 212.571 meninos e meninas de 0 a 4 anos de idade. Olhando para os Estados, São Paulo (88.854), Minas Gerais (63.470) e Paraná (59.373) lideram os números de crianças em filas de espera de creches.
Já Roraima (1.451), Acre (2.874) e Alagoas (4.331) são as unidades federativas com os menores registros. Sobre o total de municípios, 44% das cidades têm fila de espera nessa etapa.
De acordo com o Gaepe-Brasil, os principais critérios apontados para a definição de prioridades na fila por vaga em creches são, em ordem: crianças em situação de risco e vulnerabilidade, deficientes, com responsáveis que trabalham, renda familiar e mães solo ou adolescentes.
Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, que apoiou a pesquisa, afirmou que a preocupação com os problemas no setor precisa ir além das cidades.
“Apesar de a educação infantil ser competência prioritária dos municípios, os desafios precisam ser enfrentados de forma colaborativa, com a atuação conjunta de União, estados e municípios”, destacou.
O estudo ainda mostra que uma grande parcela de creches não disponibiliza ao público as filas por vagas em suas instituições. Em cinco Estados (AL, BA, MA, PB e RN), mais de 50% das creches não divulgam a informação para as pessoas.
Todos os 5.569 municípios e o Distrito Federal responderam ao levantamento nacional. Dos municípios, 2.445 (44%) têm fila de espera nessa etapa; 7% não fizeram essa identificação de falta de vagas; e 184 (3%) não têm creche, segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2023.
Ao considerar exclusivamente o total de cidades com filas de espera em creches, 88%, 2.160 cidades, relatam que o principal motivo é a falta de vagas.
Na pesquisa, como os municípios puderam marcar mais de um motivo pelos quais os responsáveis não matricularam suas crianças em creches, aparecem outras explicações, como opção dos pais, por entender que as crianças são pequenas demais para ir à creche ou que a primeira infância deve ser vivida em família; desconhecimento sobre o processo de matrícula e de prazos; distância entre a residência e a instituição de ensino; falta de transporte adequado, especialmente, em áreas rurais; incompreensão sobre a importância da educação infantil; mudanças frequentes de endereço da criança.