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Brasil tem média de 13 mil pessoas com câncer de cabeça e pescoço por ano; veja os sintomas

Doença pode atingir até 40 mil pessoas no Brasil de 2023 a 2025. (Foto: Karolina Grabowska/Pexels)

Cerca de 40 mil pessoas serão diagnosticadas com algum tipo de câncer de cabeça e pescoço no Brasil entre 2023 e 2025, o equivalente a 13 mil por ano, informou o Inca (Instituto Nacional de Câncer). A médica oncologista Ana Claudia Franzoni explica que saber identificar os sintomas pode fazer a diferença.

Segundo a profissional, é possível identificar os sintomas com o autoexame. Ela explicou que existem ao menos seis tipos de câncer de cabeça e pescoço, e ressaltou a importância do diagnóstico precoce.

Conforme a médica, cerca de 90% das pessoas diagnosticadas com esse tipo de câncer são curadas. A campanha Julho Verde busca conscientizar as pessoas para tumores na cabeça e no pescoço e sua prevenção.

Franzoni detalhou os tipos de câncer, seus sintomas, como é feito o autoexame, diagnóstico médico, tratamento e quais os fatores de risco que aumentam as chances de desenvolvimento da doença.

Câncer de cabeça e pescoço

– Tumores de seios paranasais e cavidade nasal: Desenvolvem-se em cavidades e surgem com sintomas obstrutivos como obstrução nasal e sinusite. Podem apresentar um diagnóstico mais tardio, pois costumam ser tratados como doenças benignas até que evoluem para zumbidos e sangramento nasal, perda do olfato e otite de repetição.

– Tumores de nasofaringe: Frequentemente, são assintomáticos nas suas fases iniciais. No entanto, como o principal local de acometimento é próximo à tuba de Eustáquio, os pacientes podem ter sintomas de plenitude auricular, otalgia e otite unilateral. Nos tumores mais anteriores, também há sinais de obstrução nasal e sangramento nasal. Em estágio mais avançado, podem comprimir ramos dos pares cranianos e, eventualmente, provocar visão dupla. Nos tumores mais posteriores pode ocorrer disseminação para linfonodos cervicais de alto volume.

– Tumores de cavidade oral: O lábio é o local mais comum, com úlceras de difícil cicatrização. O segundo local mais frequente é a língua, principalmente nas suas bordas laterais, manifestando-se com lesões esbranquiçadas ou avermelhadas que sangram, doem e eventualmente até dificultam a fala.

– Tumores de orofaringe associados à infecção pelo HPV: Disseminam-se rapidamente para os linfonodos cervicais e com grandes massas cervicais. Já os tumores de orofaringe não relacionados à infecção pelo HPV se manifestam com dor de garganta, dificuldade e dor para engolir, em fases mais avançadas podem apresentar “voz em batata quente” ou rouquidão.

– Tumores de hipofaringe e laringe supraglótica: São pouco sintomáticos e, geralmente, só há sintomas em fases mais avançadas quando comprimem estruturas adjacentes, com dor/dificuldade para engolir associado a episódios de aspirações.

– Tumores glóticos: Ocorrem exatamente nas cordas vocais com alertas nas suas fases bem iniciais, como rouquidão e/ou alteração no timbre da voz.

Confira os sintomas 

A oncologista informa que as principais dicas de autoexame para os tumores de cabeça e pescoço consistem em uma avaliação da saúde da cavidade oral à procura de lesões que doem, sangram e não cicatrizam.

Também é importante ficar atento à descoberta de nódulos na região do pescoço, especialmente logo abaixo da mandíbula, principalmente se forem nodulações endurecidas e com bastante aderência.

Como se prevenir

Para prevenir o câncer de cabeça e pescoço é fundamental suspender o tabagismo e o etilismo (consumo de bebidas alcoólicas), vacinar contra HPV – disponível na rede pública para meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade.

Além disso, alguns estudos sugerem que tratar a doença do refluxo gastroesofágico e favorecer o consumo de vitamina A e derivados podem estar associados a menores taxas da doença.

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