Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 11 de setembro de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
As boas notícias relativas ao combate à pandemia no Brasil não param e o país reduziu o número de casos ativos, que são as pessoas atualmente infectadas pela covid-19, ao menor número em 15 meses, desde junho do ano passado. Segundo dados da plataforma Worldometer, que monitora a evolução da pandemia pelo mundo, o número de pessoas doentes no Brasil desabou 73% em 75 dias, caindo de 1,347 milhão para 370 mil.
Se arrependimento matasse
As médias de casos e mortes no Brasil também estão no menor nível desde novembro, quando dispararam depois das campanhas eleitorais.
Reflexo direto
A drástica redução nos casos ativos se reflete no mais importante, a média de mortes, que caiu de 2 mil por dia para 454 no mesmo período.
Causa e efeito
As quedas de casos e mortes coincidem, não por acaso, com vacinação que fez Brasil passar EUA e União Europeia na proporção de vacinados.
Cenários distintos
A queda segue devido a cuidados que não foram relaxados no Brasil, ao contrário dos EUA, cuja média de mortes está acima de mil há um mês.
Bolsonaro usou lema integralista na sua Declaração
Passou despercebida a exortação “Deus, Pátria e Família”, no fim da “Declaração à Nação” assinada pelo presidente Jair Bolsonaro. Talvez ele próprio ignore que não são apenas palavras que exortam valores nos quais acredita: esse era o lema do Integralismo, movimento simpático ao fascismo, fundado no Brasil por Plínio Salgado na primeira metade do século XX. Para o cientista político Paulo Kramer, foi “o único acréscimo da lavra de Bolsonaro à mensagem psicografada de Michel Temer.”
Formação deficiente
“Felizmente para o Planalto”, diz Kramer, “a deficiente formação intelectual de parte dos jornalistas impediu-os de perceber isso.”
Saudação
Kramer reagiu com bom humor quando perguntado sobre a hipótese de o presidente concluir a Declaração usando “Anauê!”, saudação integralista.
Dá um Google
Segundo ele, se visse a saudação integralista no documento, “a turminha estaria até agora procurando a tradução no Google…”
O pacificador
O sucesso do documento de Bolsonaro sinalizando conciliação rendeu a Michel Temer a inclusão do seu nome entre presidenciáveis. Mas ele não quer. Sabe que isso só mostra a ânsia do brasileiro por viver em paz.
Posto Ipiranga
Ex-ministro Carlos Marun (MDB) está eufórico com o êxito de Michel Temer na Declaração à Nação. “Viramos o Posto Ipiranga da Nação. Parece que só nós temos capacidade de resolver problemas”, brincou.
Acerto político
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse ontem que quando a esquerda e a direita ficaram indignadas com a Declaração à Nação, do presidente Jair Bolsonaro, “é porque ele acertou”.
Ibope do Telegram
Já se aproximam de 1 milhão os assinantes do canal direto do presidente Jair Bolsonaro no Telegram, que não censura mensagens. O canal oficial de Lula soma cerca de 31,5 mil seguidores e o do PT tem 12 mil.
Bola redonda?
Onyx Lorenzoni (Trabalho) disse à Rádio Bandeirantes que, com seu “gesto de grandeza” na Declaração à Nação, Bolsonaro “jogou a bola” para o STF e o Congresso”. Só não especificou o esporte.
Lei progressista
O presidente Bolsonaro sancionou, há um mês, uma das legislações mais progressistas do mundo em relação a promoção da igualdade de gênero: a lei 14.192/21, que pune violência política contra mulheres.
Não tá comigo
A Comissão de Segurança da Câmara debaterá os custos econômicos da violência no Brasil. Convidaram especialistas do Fórum de Segurança Pública e o presidente do Ipea, Carlos Von Doellinger, que não vai.
Arte na capital
O Museu Nacional da República, em Brasília, inaugurou a exposição panorâmica do trabalho da artista brasileira nascida na Polônia Fayga Ostrower. Serão exibidos 45 trabalhos doados pelos filhos da artista.
Pensando bem…
… saudosos e saudáveis os tempos em que notícias sobre o Judiciário não eram publicadas na seção de Política.
PODER SEM PUDOR
Reserva capilar
Ministro do governo, o empresário Luiz Furlan apareceu na antessala do então presidente Lula e encontrou o chefe da Infraero na época, José Carlos Pereira, coçando a calva avançada. E foi logo pilheriando: “E aí, perdendo os últimos fios de cabelo com a crise nos aeroportos?” O brigadeiro parece não ter apreciado a piada: “Na verdade, ministro, eu estou perdendo só os penúltimos…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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