O Brasil registrou 132.714 vagas de emprego com carteira assinada criadas em outubro, segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego, que usa dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado foi o pior para o mês desde 2020, segundo a série histórica do Caged, iniciada em 2002, e 29% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Em outubro, foram 2.222.962 admissões e 2.090.248 desligamentos. Foram registrados saldos positivos nos setores de serviços (+171.217), indústria (+23.729), comércio (+44.29). Agropecuária (-5.757) e construção (-767) apresentaram resultados negativos. O saldo total ficou abaixo das estimativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam criação de 192.500 postos.
No acumulado deste ano, entre janeiro e outubro, o saldo foi de 2.117.473 postos de trabalho. Já nos últimos 12 meses, entre novembro de 2023 e outubro deste ano, foram abertas 1.787.839 vagas. O resultado é 22,7% maior que o observado no período de novembro de 2022 a outubro de 2023.
O resultado de outubro representa uma diminuição de 47,2% em relação ao mês anterior, quando foram geradas 187.070 vagas formais de trabalho.
Salário médio
O salário médio real na contratação, em outubro, foi de R$ 2.153,18 valor R$18,96 inferior ao de agosto, representando uma redução de aproximadamente 0,87%.
Subida de juros
Em entrevista coletiva nessa quarta (27), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho disse que a subida da Selic, a taxa básica de juros, influenciou sobre a interrupção do ritmo de crescimento do mercado de trabalho em outubro.
“Quando se aumenta juros você aumenta as despesas do estado e despesas do investimento, de micro investimentos”, afirmou.
Em sua última reunião para definir a Selic, o Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,5 pontos percentuais, fixando em 11,25% ao ano.
Segundo Marinho, as decisões da atual gestão da autoridade financeira, comandada pelo atual presidente Roberto Campos Neto, não contribuíram para o crescimento do País. Ele diz que torce para que o próximo presidente, indicado pelo governo, Gabriel Galípolo, possa tomar medidas mais “criativas”.
“Espero que a nova composição do conselho de gestão do Banco Central possa ter mais criatividade e mais responsabilidade”, disse.
Marinho ainda falou sobre o seguro-desemprego. Ele declarou que não haverá mudança de regra. Segundo o ministro, a ideia chegou a ser discutida no pacote do corte de gastos, mas não avançou.
“Não há mudança de regra para o seguro-desemprego, por exemplo, mas vamos aguardar os detalhes. Se não eu vou furar o olho do colega [ministro da Fazenda, Fernando Haddad]. [O pacote] será muito diferente do que estava sendo desenhado até então”, disse. As informações são do jornal Extra e da Agência Brasil.