O Ministério da Saúde confirmou a primeira morte no Brasil causada pela subvariante do coronavírus conhecida como BQ.1. A paciente de 72 anos ficou sete dias internada em um hospital, na Zona Sul de São Paulo. Ela morreu dia 17 de outubro e não tinha tomado todas as doses da vacina.
“Atualizar a sua condição vacinal é a melhor forma de proteção contra o covid e sua subvariantes’, afirma o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Além de São Paulo, a subvariante já foi registrada no Amazonas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A BQ.1 já foi identificada na Europa e os Estados Unidos, e provocou uma nova onda de casos de Covid por onde passou. No Brasil, ela aparece exatamente em um momento em que a quantidade testes positivos da doença acendeu um alerta nas farmácias e laboratórios.
A Abrafarma, Associação Brasileira de Farmácias, informou que a taxa de testes positivos aumentou 20% em média, no país da última semana de setembro para última de outubro. No Pará, o aumento foi de 33%; no Amazonas, de 41%.
Os resultados positivos também cresceram entre os testes feitos em laboratórios. Em um dos maiores do país, de 3% do total no início de outubro saltou para 30%, no começo de novembro.
A infectologista Rosana Richtmann diz que não há motivo para pânico, mas lembra que alguns grupos precisam ter mais cuidado.
“Se eu sou alguém que tenho esta característica de fazer um tratamento imunossupressor, ser transplantado, viver com HIV, de ter 70 a 75 anos, seguramente eu estaria preocupada neste momento e eu ia me proteger com máscara, em especial quando entrar em contato em ambientes com muita gente”, explica a infectologista Rosana Richtmann.
O epidemiologista Paulo Lotufo diz que já estamos vivendo uma nova onda de covid, mas que dessa vez, estamos mais preparados por causa da vacina.
“O importante até agora é que há aumento de casos, aumento de internações, mas o número de mortes não se elevou significativamente, até caiu. O que indicaria que a vacina está cumprindo o seu papel de evitar casos graves”, aponta.
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, faz um alerta. A vacina já provou que funciona, mas precisa de reforço.
“A vacina é muito importante para reduzir esse risco de gravidade, principalmente em relação às doses de reforço. Dose de reforço é fundamental para manter essa proteção adequada das vacinas”, afirma.