O STF (Supremo Tribunal Federal) está em vias de mandar enviar para os Estados Unidos uma brasileira nata que pode ser condenada por assassinato. O tribunal discute desde 2013 o caso de Claudia Sobral, ou Claudia Hoerig, contadora brasileira acusada de matar o marido, o ex-piloto da Aeronáutica americana Karl Hoerig, em março de 2007, em Ohio (EUA).
Ela está presa, em Brasília, desde abril deste ano, à disposição do governo americano, aguardando o trâmite do processo.
Claudia perdeu a nacionalidade.
Uma decisão inédita do STF estabeleceu, em abril, que brasileiros com dupla nacionalidade podem ser extraditados. O entendimento foi firmado por ministros que declararam a perda da nacionalidade brasileira de Claudia.
Segundo advogados que a defendem, é o primeiro caso de extradição de brasileiro nato desde a Proclamação da República, em 1889.
Ela nasceu no Rio de Janeiro em 1964, mas se naturalizou americana em 1999, mesmo já sendo portadora de um “green card”. Isso, de acordo com o Ministério da Justiça, significou que ela abriu mão da naturalidade brasileira.
Crime.
Claudia é apontada pelas autoridades americanas como a responsável pela morte do marido. As investigações dão conta de que, antes do homicídio, ela comprou uma pistola e realizou treinos de tiro em uma academia próxima de casa. Ela também teria transferido o dinheiro do marido para sua conta.
Claudia voltou ao Brasil dias antes das autoridades americanas encontrarem o homem morto na casa onde o casal morava.
Ainda em 2007, Claudia foi denunciada perante o júri do condado de Trumbull, após acusação da Promotoria local. Desde então, ela é considerada foragida pela Justiça dos EUA, que quer que ela responda ao processo criminal pelas leis americanas.
No último mês, o governo americano fez o pedido de extradição de Claudia ao Supremo. Se for enviada aos EUA e condenada por lá, ela poderá pegar prisão perpétua ou pena de morte por injeção letal, conforme a legislação de Ohio, onde o crime ocorreu.