Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2024
As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini, que foram presas na Alemanha em março de 2023 após terem as malas trocadas por uma bagagem com droga, foram impedidas de embarcar para os Estados Unidos. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais do casal, as goianas contam que tiveram o visto americano cancelado por conta da prisão injusta.
“Estamos nos recuperando, planejando viagens. Pagamos tudo, deixamos tudo organizado há mais de seis meses [para a realização da viagem] e, mais uma vez, uma frustração em função da vulnerabilidade e baixa segurança no aeroporto”, disse Kátyna.
No vídeo, divulgado nas redes sociais, Jeanne questionou até quando isso iria acontecer [com referência às consequências da prisão injusta das mulheres]. “Imagina você que programa uma viagem com antecedência e é impedido de entrar no país”, ressaltou Paolini.
O casal planejava viajar para Nova York e já havia pago toda a viagem, organizada há seis meses. Na terça-feira (19), ao tentarem embarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, foram informadas pela companhia aérea sobre o cancelamento dos vistos.
O Consulado dos Estados Unidos, em nota, informou que a Lei de Imigração e Nacionalidade (INA) os impede de comentar ou compartilhar detalhes sobre casos individuais de vistos.
Em nota, o Aeroporto Internacional de Guarulhos afirmou que questões relacionadas a embarques são de responsabilidade das companhias aéreas e não comentou as acusações sobre falta de segurança.
Malas trocadas
No início de março do ano passado, Jeanne e Kátyna tiveram as etiquetas das bagagens trocadas por malas com drogas e foram detidas quando chegaram ao aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. O casal ficou preso por um mês e descreveu o ambiente como “desesperador”.
Segundo a Polícia Federal (PF), ambas saíram do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO), fazendo escala no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Porém, no terminal aéreo em São Paulo, tiveram as etiquetas trocadas por um grupo criminoso com malas carregadas de drogas.
A liberação das duas ocorreu após a PF e o Ministério da Justiça e Segurança Pública enviarem às autoridades alemãs as provas da inocência das passageiras goianas. O processo criminal foi encerrado oito meses após a libertação das brasileiras da prisão, em abril de 2023.
Indenização
Em fevereiro deste ano, a Justiça da Alemanha decidiu que o estado alemão de Hessen deveria indenizar as brasileiras.
Os valores, prejuízos e indenizações que serão considerados devem ser discutidos em um segundo momento, segundo Chayane Kuss, advogada brasileira que atua na Alemanha e defende Kátyna e Jeanne.
No entanto, a lei local determina a indenização de 75 euros por dia de prisão injusta, e o valor total para cada uma das brasileiras não deve ser inferior a 2.850 euros, o que equivale a R$ 17.335, na cotação atual.