Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2016
O brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia confessou nesta sexta-feira (21) à Guarda Civil espanhola que foi o responsável pelo assassinato de seus tios e os dois filhos deles, duas crianças de 4 e 1 anos, em uma casa do município de Pioz, na província espanhola de Guadalajara, segundo fontes próximas ao caso que falaram com veículos da imprensa local, como a agência EFE e o jornal “El País”.
À EFE, fontes a par da investigação disseram que o jovem, de 20 anos, não apresentou muitos detalhes, à espera da declaração que prestará perante um juiz de Guadalajara.
Patrick chegou na quarta-feira (19) a Madri após se entregar voluntariamente depois de conversas que os investigadores da Guarda Civil mantiveram durante vários dias com sua família no Brasil.
Os corpos do casal Gouveia (esquartejados) e os das duas crianças foram achados em uma casa em setembro depois que um vizinho alertou sobre o mal cheiro perto da casa da família, o que fez suspeitar que teria sido assassinada semanas antes.
Os parentes do jovem se convenceram de que o suspeito tinha que se apresentar à Justiça na Espanha, porque, além disso, a Guarda Civil tem vários indícios que apontam para o jovem.
Julgamento
Tudo parece indicar que na decisão do jovem de se entregar às forças de segurança espanholas pesou muito a convicção de que na Espanha o suposto autor teria um julgamento mais objetivo e uma detenção diferente da qual teria nas prisões brasileiras, segundo as fontes.
Por sua vez, a Promotoria de Guadalajara pedirá a prisão provisória de François Patrick, de acordo com a promotora-chefe de Guadalajara, Dolores Guiard. Ela justificou esse pedido de prisão provisória “pela gravidade dos fatos e a ausência de firmeza no país” para assegurar assim sua permanência na Espanha.
Sobre as possíveis penas, a promotora-chefe disse que o Código Penal estabelece que os assassinatos de crianças menores de 16 anos são penalizados com prisão perpétua que pode ser revisada depois de um tempo.
Privacidade
Questionado pelo reportagem se a confissão do crime pode ser confirmada, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil afirmou que as informações deste caso “são transmitidas exclusivamente aos familiares dos brasileiros” e que “por questões de privacidade, o Ministério das Relações Exteriores não divulga informações sobre brasileiros que recebem assistência consular”. (AG)