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Brasileiro na Nasa: conheça o engenheiro responsável pela comunicação entre a Terra e os robôs da agência espacial

"Para cada missão, eu tenho como se fosse uma pista de rodovia, onde vou transmitir e receber dados", explica Luciano. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Um brasileiro realizou o sonho de trabalhar na Nasa, quando já estava desiludido com sua profissão. Luciano Camilo Alexandre é engenheiro de telecomunicações do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia. Seu trabalho tem como função fazer a comunicação entre a Terra e os robôs da agência espacial.

Em entrevista ao Globo Repórter, exibida nesta sexta-feira (4) ele contou que sonhava com o trabalho desde a infância. “É um sonho desde criança. Acho que todo engenheiro tem esse sonho de um dia visitar pelo menos a Nasa, mas trabalhar aqui é algo assim que eu posso dizer: um sonho realizado”, disse.

Luciano se formou em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, e é ex-aluno do colégio agrícola. Filho de um bancário e uma professora, ele decidiu se especializar em engenharia de telecomunicações e se tornou doutor. Ao se deparar com a vaga de trabalho na Nasa, em um anúncio na internet, já estava desiludido com a profissão.

“Em 2019, eu até pensei em abandonar a engenharia. Quando eu perdi meu pai, eu tinha R$ 3 no bolso e não sabia o que ia ser da minha vida”, relatou emocionado. Hoje, aos 39 anos, ele é líder de grupo na área de telecomunicação robótica.

Planejamento de comunicação

Seu trabalho consiste em fazer o planejamento de comunicação com cada espaçonave, e com cada missão no espaço. “Para cada missão, eu tenho como se fosse uma pista de rodovia, onde vou transmitir e receber dados, e eu tenho que garantir que nenhuma missão vai interferir na outra”, explicou.

Hoje, a Nasa tem 40 missões no espaço, e para sua nova missão, irá usar inteligência artificial e comando remoto, com o objetivo de visitar uma das luas de Júpiter, Europa, que esconde um oceano congelado em sua superfície, com possibilidade de sinais de vida.

Para Luciano, mais trabalho. “Nós estamos desenvolvendo alguns experimentos na área de telecomunicações justamente para simular um possível ambiente similar ao que a gente poderia ver lá na Europa. Então a gente tem temperaturas muito baixas, a comunicação tem que ser através de gelo, e por isso nós fomos ao Alasca e ficamos uma semana testando qual a influência do gelo no sistema de telecomunicações”.

Outra operação nos planos da Nasa é a Artemis, que consiste em enviar o homem à Lua. A equipe de Luciano também irá atuar nessa missão, para liberar o Wi-Fi para os astronautas.

“Essas frequências possam habilitar novos tipos de serviços, como, por exemplo, talvez você possa utilizar o celular, o Wi-Fi, um Bluetooth, utilizando as mesmas tecnologias que nós temos aqui na Terra, mais adaptadas ao ambiente lunar”, disse. As informações são do portal Terra.

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