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Últimas Brasileiro que lutou contra Ucrânia continua preso em São Paulo por causa de munições e drogas; ele trabalha na limpeza e não recebe visitas de parentes

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Mais velho de quatro irmãos nascidos em família de origem húngara e de classe média, Rafael é de Jundiaí, no interior de São Paulo.

Foto: Divulgação
Mais velho de quatro irmãos nascidos em família de origem húngara e de classe média, Rafael é de Jundiaí, no interior de São Paulo. (Foto: Divulgação)

O brasileiro Rafael Marques Lusvarghi, que há sete anos lutou como voluntário ao lado das tropas separatistas pró-Rússia no confronto armado contra o Exército da Ucrânia, segue preso em São Paulo desde maio de 2021.

Em novembro do ano passado, ele foi condenado pela Justiça paulista a 8 anos, 1 mês e 6 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de posse ilegal de munições de arma de fogo e tráfico de droga em Presidente Prudente, no interior do Estado.

Atualmente ele cumpre a pena detido na Penitenciária de Tupi Paulista, distante mais de 600 km da capital. Rafael, que completou 38 anos no último dia 14 de novembro, está preso em regime fechado. Apesar de ter direito a visitas, nenhum parente dele foi vê-lo na prisão, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

“Tem direito de receber visitas aos finais de semana, porém não cadastrou nenhum familiar no Rol”, informa trecho da nota divulgada pela SAP. Ainda de acordo com a pasta da Administração Penitenciária, Rafael trabalha no serviço de limpeza da unidade prisional para abater o tempo da pena pela qual foi condenado.

Munições e drogas

Em maio do ano passado, a Polícia Militar (PM) acusou Rafael de esconder 350 munições de calibre 9 mm, e 33 tabletes de maconha, pesando 25 quilos no total, na casa onde morava. Em sua defesa, ele negou que fosse dono das munições e que estivesse traficando drogas.

Alegou que estava guardando a munição e o entorpecente no seu imóvel para pessoas desconhecidas. E que receberia R$ 3 mil por mês por isso. Uma balança para pesar a droga, uma moto e dinheiro também foram apreendidos no local.

Ucrânia e Rússia

Rafael começou a ser chamado pela imprensa brasileira e internacional de “guerrilheiro brasileiro” por ter se alistado e lutado na Ucrânia em meados de 2014 e 2015, quando se juntou a militares rebeldes pela independência das províncias ucranianas de Donetsk e Luhansk.

Em 21 de fevereiro deste ano, o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu oficialmente a independência das duas regiões controladas pelos separatistas. A Rússia apoia as tropas que lutam para tornar as províncias dois países independentes. Além disso, é contra a inclusão da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por entender que isso afetaria sua soberania.

As declarações de Putin acirraram a tensão entre russos, ucranianos e países aliados. O político autorizou, por exemplo, que soldados atravessassem a fronteira com a Ucrânia em direção a Donetsk e Luhansk. O que ocorreu na madrugada de 24 de fevereiro deste ano, dando início a um conflito, já que ucranianos reagiram à invasão russa.

Em setembro daquele mesmo ano, Rafael escreveu em sua página no Facebook que havia desembarcado na Ucrânia para lutar pela libertação das duas províncias. “Eu vou ficar por um longo tempo agora. Eu me tornei voluntário no exército de ‘Novarússia’”, postou na rede social.

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