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Brasileiros chegam sob pressão à etapa no Rio do Mundial de surfe

Medina (foto), Ferreira e Toledo tentam não deixar líder John John Florence disparar. (Foto: Divulgação)

A quinta etapa da temporada 2019 da Liga Mundial de Surfe (WSL) começa nesta quinta-feira (20), em Saquarema (RJ), em meio a um momento de pressão sobre os atletas brasileiros.

Isso porque, apesar de o país ter um trio de favoritos ao título, com Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira, é o havaiano John John Florence quem lidera a competição até agora, e com certa folga.

Bicampeão mundial (2016 e 2017), Florence, 26, venceu 2 das 4 etapas disputadas neste ano e soma 27.415 pontos na classificação. Na segunda posição está o americano Kolohe Andino (EUA e Havaí são consideradas nações diferentes na competição), com 21.675.

Ferreira, vencedor da primeira etapa do ano, vem logo atrás, com 20.820. Toledo está em sexto (17.195), e Medina, em 12º (12.150).

A primeira chamada do evento na praia de Itaúna será às 7h (de Brasília) desta quinta, e a data limite para o seu término é o dia 28. A ESPN 2 e a WSL (streaming oficial) transmitem.

Uma nova vitória do havaiano pode começar a pôr em risco a chance de mais um título brasileiro na elite do surfe. Depois da etapa do Rio restarão outras seis até a conclusão do Mundial, em dezembro: África do Sul, Taiti, Califórnia, França, Portugal e Havaí.

O bicampeão mundial Medina não costuma ter seu melhor desempenho nas etapas australianas, que marcam o início do ano, em oposição às suas performances dominantes no segundo semestre.

No ano passado, por exemplo, ele venceu 3 das últimas 5 etapas e chegou às semifinais nas outras 2.

Nas duas vezes em que ficou com o título (2014 e 2018), porém, o paulista de 25 anos estava na quinta posição depois dos quatro primeiros eventos. Hoje, aparece sete colocações atrás.

Ferreira, 25, teve seu melhor resultado na carreira no ano passado, quando terminou na quarta colocação. Para isso, um bom início de competição – ganhou 2 das 4 primeiras etapas – foi fundamental.

Depois dos quatro eventos iniciais de 2018, o surfista potiguar liderava a classificação e era seguido pelo paulista Toledo, 24, que viria a terminar o ano na terceira posição, sua melhor colocação até hoje.

A última temporada foi marcada também por um grave rompimento de ligamento do joelho de Florence. O havaiano disputou apenas cinco eventos no ano e ficou impossibilitado de defender seu bicampeonato, abrindo caminho para os brasileiros e para o australiano Julian Wilson, que acabou com o vice

Das 11 etapas de 2018, 9 foram vencidas por brasileiros – além do trio de favoritos, Willian Cardoso levantou o troféu em uma delas – e 2 por Wilson. Neste ano, a volta em boa forma de Florence já mostrou que não será nada simples manter esse domínio.

Além disso, outros nomes aparecem com destaque, como o vice-líder, Andino, o japonês Kanoa Igarashi, vencedor da terceira etapa, e o sul-africano Jordy Smith, um dos surfistas mais regulares até aqui.

O histórico na etapa brasileira conta a favor de Toledo, vencedor em 2015 (quando ela ainda era sediada na Barra) e 2018, já em Saquarema. Mas Florence também saiu do país campeão duas vezes (2012 e 2016).

“Eu sempre tive uma relação muito boa com o Brasil”, disse o havaiano. “A energia e a paixão que a torcida brasileira passam para a gente é enorme, fazendo com que você arrisque manobras maiores e mais impressionantes para o público.”

Outro bicampeão no Rio (2011 e 2017) e campeão mundial (2015), o paulista Adriano de Souza, 32 anos, retorna ao circuito após sete meses de afastamento, mais uma vítima de rompimento de ligamento do joelho.

Percentualmente, as chances de 1 dos 14 brasileiros que estarão em ação a partir desta quinta levantar o troféu é alta. Entre os 36 participantes da etapa, porém, ninguém entrará na disputa com tanta moral quanto Florence.

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