Segunda-feira, 21 de abril de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Fair

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Brasileiros estão presos nos Estados Unidos, acusados de tráfico de pessoas

Compartilhe esta notícia:

Família controla dois estabelecimentos em Woburn, Massachusetts. (Foto: Reprodução)

Três brasileiros estão presos nos Estados Unidos, acusados de participar de um esquema de tráfico de pessoas, segundo a polícia americana. Dois deles, pai e filho, foram presos numa operação na última terça-feira (4), no Estado de Massachusetts. Jesse James Moraes, de 64 anos, e seu filho Hugo Giovani Moraes, de 42, eram proprietários de restaurantes conhecidos na cidade de Woburn.

Outro suspeito, Marcos Chacon, de 29 anos, que havia sido preso no dia anterior, é acusado de transferir documentos de identificação falsos. A polícia americana pediu também a prisão de Chelbe Williams Moraes, que vive em Minas Gerais, no Brasil, e é irmão de Jesse Moraes. Chelbe é apontado como o chefe do esquema – a defesa dele nega sua participação em tráfico de pessoas.

As prisões acontecem em um momento em que o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos registra aumento na migração ilegal provinda do Brasil. Em 2021, houve um recorde histórico na apreensão de brasileiros tentando entrar ilegalmente no país. Foram apreendidas 75.945 pessoas nessa condição. No ano anterior, tinham sido 46.280, sendo que em 2019 foram 17.938 apreensões e, em 2018, pouco mais de 1.800.

Este ano, o total de brasileiros recolhidos na fronteira chegou a 31.462 até o final de agosto, mês em que foram registradas 6.129 apreensões, segundo o serviço americano. Nos últimos anos, o Brasil tem oscilado entre o sexto e o décimo lugar entre os países que mais têm habitantes tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos.

O sonho de fazer a vida em território norte-americano abastece de vítimas uma rede de organizações criminosas que se dedicam a aliciar e explorar esses brasileiros, como a quadrilha presa nos Estados Unidos.

A operação foi conduzida pelo Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) que já vinha monitorando os brasileiros. Pai e filho são donos dos restaurantes Tudo na Brasa e The Dog House, em Woburn. Os agentes realizaram buscas nos dois estabelecimentos. Jesse James e Hugo passaram por audiência em um tribunal federal e ficaram presos.

De acordo com a procuradora federal Rachael Rollins, os dois homens e Chelbe cobravam em média US$ 20 mil – cerca de R$ 104 mil – para conseguir a entrada clandestina de brasileiros no país.

“Uma vez que os indivíduos estavam nos Estados Unidos, Jesse Moraes e Hugo Moraes supostamente os empregavam em seus restaurantes em Woburn, retendo seus salários para pagar suas dívidas de contrabando”, disse. Segundo ela, a quadrilha oferecia documentos falsos aos brasileiros contrabandeados para que eles pedissem asilos ou obtivessem autorização de trabalho.

Chelbe, que já responde a processos no Brasil, também é acusado nos Estados Unidos de conspirar para induzir um estrangeiro a entrar e residir naquele país com fins de ganhos financeiros, além de lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os brasileiros podem pegar até 10 anos de prisão, além de multas.

Em 2021, Chelbe foi preso no Paraguai, suspeito de ter fugido do Brasil com sua filha pequena, após perder a guarda da criança para a mãe dela, sua ex-companheira. O suspeito foi entregue às autoridades brasileiras. Ele já era investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de aliciar brasileiros para entrar nos Estados Unidos sem visto, através da fronteira com o México.

Na época, Chelbe Moraes alegou que dirigia uma consultoria legalizada para orientar as pessoas que desejavam migrar para a América do Norte. A PF obteve autorização para realizar escutas telefônicas e obteve indícios de que ele operava como contrabandista de pessoas, aliciando brasileiros para “coiotes” mexicanos.

Conforme a investigação, Chelbe orientava seus clientes a se passarem por turistas na chegada ao México, país que não exige visto de brasileiros. Em muitos casos eles eram obrigados a pagar propina para funcionários da imigração mexicana. Em seguida, eles eram levados para o norte onde passavam pela fronteira com a ajuda de coiotes mexicanos.

Uma vez naquele país, o suspeito e os familiares providenciavam documentos falsos para os pedidos de asilo. Pessoas que comprovam perseguição por raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política em seu país podem obter asilo nos Estados Unidos. Enquanto o processo tramita, eles conseguem permanecer no país.

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil acompanha as ações da polícia brasileira contra as organizações criminosas para o tráfico de pessoas. Em 2021, segundo relatório da embaixada, as autoridades brasileiras reportaram terem iniciado 285 investigações de tráfico de pessoas, incluindo o tráfico sexual, contra 206 iniciadas em 2020. Já em 2019, foram abertas 2019 investigações.

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Mark Zuckerberg corta gastos e congela vagas no Facebook
Ideias de “guerra civil” nos Estados Unidos incendeiam redes sociais
https://www.osul.com.br/brasileiros-estao-presos-nos-estados-unidos-acusados-de-trafico-de-pessoas/ Brasileiros estão presos nos Estados Unidos, acusados de tráfico de pessoas 2022-10-06
Deixe seu comentário
Pode te interessar