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Saúde Brasileiros se adaptam para o Natal na pandemia; saiba como se proteger

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A recomendação geral é ficar em casa e celebrar a data apenas com as pessoas que moram juntas

Foto: Divulgação
A recomendação geral é ficar em casa e celebrar a data apenas com as pessoas que moram juntas. (Foto: Divulgação)

Há semanas, os especialistas em saúde e infectologistas vêm fazendo alertas aos brasileiros para evitarem se reunir com as famílias durante as celebrações de Natal, em uma tentativa de proteger as pessoas e diminuir as infecções por Covid-19.

A recomendação geral é ficar em casa e celebrar a data apenas com as pessoas que moram juntas. Caso haja espaço, receber algum amigo ou parente até é permitido, desde que se mantenha um mínimo de dois metros de distância entre os convidados e que a pequena reunião seja realizada em um ambiente aberto ou muito ventilado.

Como seguir todas essas medidas é difícil, ainda mais considerando o fato de que muitas famílias não se veem há meses, o ideal mesmo é evitar esses eventos.

Sem descuidar

O Coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Marcelo Otsuka, destaca que este é um momento crítico, com aumento no número de casos e na lotação de hospitais.

“Temos que tomar muito cuidado. Muitas pessoas podem ter a infecção e não ter absolutamente nenhum sintoma. Elas podem estar transmitindo a doença e nem saber. E isso é um risco para as outras pessoas”, disse.

Otsuka alerta que o ideal é evitar contatos sempre que possível e, se for fazer algo, restringir o número de pessoas e manter o distanciamento, evitando abraços e apertos de mão. “O ideal é manter o mínimo de pessoas possível no ambiente. Não extrapolar 6 a 10 pessoas”, afirmou.

“Temos observado uma recidiva [retorno da atividade de uma doença]. Não é porque alguém já teve a doença que não tem que tomar os cuidados necessários. Precisa continuar usando máscara”, lembrou ele.

Cuidado redobrado com pessoas vulneráveis

O vice-diretor do Icict (Instituto de Comunicação e Informação em Saúde) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Christovam Barcellos, disse que as reuniões familiares, se forem acontecer, devem ser apenas com as pessoas que acabaram tendo um certo contato ao longo do ano, como jovens que fizeram compras para os avós, por exemplo.

Mesmo assim, segundo Barcellos, não se pode esquecer dos cuidados que devem ser tomados, como manter um número restrito de pessoas no local, manter as janelas abertas e optar por ventilador em vez de ar condicionado, e usar máscara sempre. Além disso, ele afirmou que as pessoas devem se servir de forma escalonada, uma após a outra.

Ele disse ainda que se deve ter um cuidado especial com idosos e outros indivíduos considerados vulneráveis, mas lembra que há muitas pessoas que sequer sabem que estão nesse grupo, como aquelas que têm hipertensão ou doença respiratória, mas ainda não receberam um diagnóstico médico.

“Se tiver que ver as pessoas mais vulneráveis, que seja de longe, com máscara, sem beijar, sem abraçar, porque elas provavelmente nunca tiveram contato com o vírus”, já que tecnicamente ficaram isoladas esse tempo todo, disse Barcellos.

Explicar às crianças que elas não vão poder abraçar as outras pessoas pode ser uma tarefa um pouco complicada para pais e responsáveis, mas não é nada que uma boa distração não resolva. “Existem formas de entretenimento que permitem a distração. A criança pode interagir à distância. Se ela for incentivada, vai ficar no cantinho dela”, explicou ele.

Em uma cartilha de orientações, a Fiocruz recomenda, de forma geral, passar o Natal em casa, já que reuniões podem expor os convidados a diferentes níveis de contágio.

Recomendações gerais:

• ficar em casa, mantendo o isolamento
• não receber pessoas em casa
• não fazer visitas a outras pessoas
• não comparecer a eventos sociais

Quem deve evitar qualquer encontro ou reunião de família/amigos:

• quem faz parte ou mora com alguém que faz parte do grupo de risco, como portadores de doenças crônicas (ex: diabetes, hipertensão, asma, câncer, etc.)
• pessoas com mais de 60 anos
• fumantes
• gestantes e mulheres em resguardo
• crianças com menos de 5 anos
• quem está com sintomas de Covid-19 ou testou positivo para a doença
• os que estão no isolamento de 14 dias desde que apresentaram os primeiros sintomas de Covid-19 (mesmo sem ter feito teste)
• pessoas que estão esperando o resultado de um teste para detectar a doença
• quem manteve contato com alguém que teve o novo coronavírus nos últimos 14 dias

O que fazer se mesmo assim for receber pessoas em casa:

• limitar o número de convidados conforme o tamanho do espaço, que deve ser aberto ou muito ventilado
• manter a distância mínima de 2 metros entre os convidados
• usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo
• ter um saco para guardar a máscara na hora de comer ou beber
• ter uma máscara extra para o caso de necessidade de troca
• evitar apertos de mão ou abraços
• higienizar as mãos com frequência
• evitar deixar a música alta, para que as pessoas não precisem gritar para se comunicar (o que provoca um lançamento maior de partículas virais no ambiente)
• não ligar o ar condicionado
• não se sentar todos reunidos na hora da ceia
• não compartilhar talheres e copos
• no banheiro, disponibilizar toalhas de papel em vez das de pano
• disponibilizar álcool em gel nos ambientes
• usar lixeiras com pedal para evitar tocar na tampa

O que fazer na hora de preparar e servir a ceia:

(a recomendação geral é que cada pessoa leve a própria comida e bebida)
• lavar as mãos e usar máscara durante todo o preparo da refeição
• limitar o número de pessoas no local do preparo
• oferecer bebidas em embalagens individuais (ex: latas)
• oferecer temperos e molhos em embalagens individuais (ex: sachês)
• evitar compartilhar utensílios para servir alimentos e bebidas
• se tiverem que ser servidos, uma única pessoa deve fazê-lo, sempre lavando as mãos antes de servir e usando máscara
• não se aglomerar no momento de se servir ou ser servido

Marcelo Otsuka diz que os pratos, copos e talheres não precisam necessariamente ser descartáveis, mas não podem ser compartilhados e devem ser lavados corretamente. Além disso, é preferível que uma pessoa sirva as demais, para que não haja uma situação em que todos os convidados toquem nas colheres e espátulas, por exemplo. “Quanto menos se manipular as coisas, melhor. É preciso evitar o intercâmbio de materiais.”

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https://www.osul.com.br/brasileiros-se-adaptam-para-o-natal-na-pandemia-saiba-como-se-proteger/ Brasileiros se adaptam para o Natal na pandemia; saiba como se proteger 2020-12-24
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