Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de fevereiro de 2022
Whalter Lang mora há 4 anos em Kiev, na capital da Ucrânia.
Foto: Reprodução/TVBrasileiros que estão na Ucrânia fizeram relatos sobre a situação na região após a invasão feita pela Rússia em território ucraniano na noite de quarta (23).
Segundo embaixada do Brasil na Ucrânia, cerca de 500 brasileiros vivem no país; entre eles estão os jogadores de futebol e profissionais de tecnologia da informação.
Em entrevista para uma emissora de TV, o estudante Rony de Moura informou que as “ruas estão cheias de gente procurando farmácias, mercados, bancos e lugares que as pessoas precisam comprar coisas pra sobreviver”.
“Você vê no semblante das pessoas um ar de preocupação, que nos últimos dias havia sumido. Mas agora é muito claro e um pouco assustador”, declarou.
“Acreditávamos que teria escalada. Mas agora mesmo parece surreal, parece pesadelo. A gente tinha combinado caso houvesse alguma coisa, que a gente voltaria ao Brasil. Eram apenas planos, mas agora a gente tem de fato que voltar”, afirmou Rony, que entrou em contato com a embaixada do Brasil na Ucrânia para iniciar o envio de documentações para registro.
“Os voos estão cancelados e a única maneira de sair é pelas fronteiras”, explicou.
Whalter Lang, que mora há 4 anos em Kiev, na capital da Ucrânia, também falou sobre o plano de retorno ao Brasil, enquanto toma algumas decisões familiares.
“Temos que ver essa questão [familiar], se vamos sair e como vai ser toda essa situação. Meu desejo seria, claro… a gente não tem aviões agora aqui, então sairia via terrestre. Pegaríamos um trem pra Polônia, que é a fronteira mais perto, e de lá pegaria avião para São Paulo, para o Brasil.”
Whalter ainda afirmou que, nos últimos dias, se preparou, de certa forma, para a invasão.
“Nossos amigos aqui já tinham tomado algumas pré-medidas quanto a isso. Quem tinha carro, já tinha comprado gasolina extra, a gente já havia sacado um pouco de dinheiro em espécie, porque não se sabe se o sistema online vai funcionar. Mas já tínhamos nos preparado um pouco porque não tínhamos certeza que as tropas chegariam.”
“Dois dias atrás a gente fez uma mochila bem pequena mesmo, com documentação necessária, partes burocráticas e roupa, o menos possível, para um caso de super emergência que a gente precisasse sair.”
Jogadores brasileiros
Jogadores brasileiros e familiares estão em um hotel localizado na cidade de Kiev, na Ucrânia, e pedem ajuda à embaixada brasileira para deixar o país.
Entre eles, está o jogador santista Aluísio Chaves Ribeiro Moraes Júnior, mais conhecido como Junior Moraes. O atleta é naturalizado ucraniano e atua como atacante. Atualmente, joga pelo Shakhtar Donetsk e pela Seleção Ucraniana.
“Aqui estamos todos reunidos com as nossas famílias, hospedados em um hotel”, diz um dos atletas em vídeo que está sendo divulgado pelas redes sociais. Segundo ele, a falta de combustível, com a fuga de milhares de moradores do conflito, fez com que eles ficassem presos na cidade. Além disso, as fronteiras e o espaço aéreo foram fechados. “Espero que a embaixada possa nos ajudar”, pede.
“Nos sentimos realmente abandonados, porque não sabemos o que fazer. As notícias não chegam até nós, a não ser as do Brasil […]. Saímos com uma peça de roupa e não sabemos como vamos resolver a situação”, desabafa uma das esposas dos jogadores.