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Mundo Brics negociam expansão do grupo, e Venezuela e Nicarágua devem ficar de fora

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Grupo é liderado por Rússia e China.

Foto: Reprodução
Grupo é liderado por Rússia e China. (Foto: Reprodução)

Países do Brics reunidos em Kazan, na Rússia, negociam nesta terça-feira (22), a lista final de dez países que devem ser convidados para o plano de expansão do grupo de emergentes do Sul Global liderado por Rússia e China. A expectativa é a de que Nicarágua e Venezuela, ditaduras latino-americanas de quem o governo Lula tem buscado se afastar após anos de proximidade, fiquem de fora dos novos membros. Foram também definidos critérios específicos para a inclusão de novos países.

Diplomatas brasileiros na Rússia conseguiram incluir nas negociações uma menção à reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma antiga reivindicação do Itamaraty e também da diplomacia indiana.

A expectativa do Itamaraty é que ao menos dez novos membros sejam de fato aprovados como “parceiros”. Todos dependem de aprovação por consenso dos atuais membros – na prática, isso confere o poder de veto.

O Brasil é contra a entrada da Nicarágua no grupo. Lula e o antigo aliado, Daniel Ortega, se afastaram depois que o Brasil tentou interceder por religiosos católicos perseguidos pela ditadura sandinista. O embaixador brasileiro em Manágua foi expulso do país em agosto.

Na segunda-feira, o diplomata Celso Amorim, assessor de assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que é contra a entrada da Venezuela no bloco. “Há um excesso de nomes colocados à mesa. O Brics tem que conservar a sua essência de países expressivos e com influência nas relações internacionais. Não estou diminuindo os outros países [candidatos], mas para isso tem a ONU e o G-77″, afirmou o embaixador.

As históricas relações entre Lula e o chavismo também estão estremecidas desde a eleição de julho, permeada por denúncias de fraude. Até agora, o governo brasileiro não reconheceu a vitória autodeclarada do ditador venezuelano. Recentemente, aliados de Maduro chegaram a dizer que o presidente seria um agente da CIA a serviço dos EUA.

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