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Brigada Militar ganhará veículos blindados do Exército para ações de segurança e resgate

Modelo Urutu foi utilizado durante as enchentes de maio no Estado. (Foto: Arquivo/O Sul)

O Exército doará seis veículos blindados à Brigada Militar (BM) para reforçar o combate à criminalidade e operações de resgate durante desastres climáticos. A medida foi articulada pelo deputado estadual Gustavo Victorino (Republicanos), que se reuniu nessa sexta-feira (5) com o titular da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), Sandro Caron, e seu adjunto Mário Ikeda.

Procedentes dos Esquadrões de Cavalaria Mecanizada de Porto Alegre e Santa Maria (Região Central), os tanques militares são do modelo Urutu, que é também anfíbio. Essa característica é fundamental para o trabalho em áreas sob inundação, que dificultam ou mesmo impedem o acesso por outros modelos de veículos.

“O lote está em fase de adaptação para atender demandas de socorro e emergências do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Brigada Militar (BPChoque)”, relatou o parlamentar. Não foi informada uma previsão de chegada das unidades.

Esse processo foi detalhado pelo presidente da empresa Engesa, Nelinho Pozza. A fabricante dos blindados é também responsável pelas modificações necessárias à nova missão. Em maio, o mesmo modelo foi utilizado em áreas sob inundações durante as enchentes, inclusive em Porto Alegre, onde circulou por diversos bairros.

Saiba mais

Com nome inspirado em uma cobra venenosa presente em diversas regiões do Brasil, o Urutu é um veículo blindado  e anfíbio de tração 6×6, utilizado para transporte de pessoal. Sua configuração também permite a impulsão na água, sob velocidade de até 8 km/h, contando para isso com um par de hélices.

O modelo foi desenvolvido no Brasil, onde é fabricado pela Engesa desde 1974. No ano seguinte, passou a servir como carregador complementar de tropas para o Exército e o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Junto com outro modelo, o Cascavel, foi amplamente utilizado pela cavalaria mecanizada ao longo de quatro décadas, até ser substituído pelo VBTP-MR Guarani em 2014.

Urutus também já foram operados por mais de 30 Exércitos de outros países, sendo populares no Oriente Médio, em especial na Líbia e Iraque, que compraram grande número de unidades do veículo para suas frotas de Cascavel. O Iraque inclusive empregou Urutus na guerra contra o Irã (1980-1988) e, ainda na década de 2010, o blindado brasileiro ainda aparecia em confrontos na região.

Hoje considerado obsoleto para operações de combate mais complexas, o veículo tem sido progressivamente destinado a outras finalidades. Dentre seus destinos estão as forças de segurança pública e resgate nos Estados brasileiros.

(Marcello Campos)

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