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Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2017
A Brigada Militar realiza, na manhã desta quinta-feira (24), a reintegração de posse do prédio onde funcionava o Hotel Açores, na rua dos Andradas, 885, no Centro de Porto Alegre. O local está ocupado por sem-teto ligados ao movimento Lanceiros Negros desde o dia 4 de julho.
O trânsito está interrompido na rua dos Andradas, próximo ao prédio, desde o fim da noite de quarta-feira. A área foi isolada pela BM. O governo do Estado afirmou, por meio de nota, que, a pedido do Ministério Público, as famílias que ocupam o antigo Hotel Açores serão abrigadas temporariamente no Vida Centro Humanístico, na Zona Norte da Capital.
Os sem-terra pediram garantias do governo do Estado para deixar o local e prometeram desocupar o prédio pacificamente ao longo do dia caso as reivindicações sejam atendidas. Deputados estaduais acompanham as negociações.
Lanceiros Negros
Antes de ocuparem o antigo Hotel Açores, os Lanceiros Negros foram retirados, em 14 de junho, de um prédio na esquina das ruas General Câmara e Andrade Neves, também no Centro da Capital. O local pertence ao governo do Estado e estava ocupado desde 2015, quando famílias que não tinham onde morar invadiram o prédio de quatro andares.
O edifício abrigou a antiga sede do Ministério Público Estadual. O MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) destacou que, antes da chegada da Ocupação Lanceiros Negros, o prédio estava abandonado havia 12 anos.
A Brigada Militar foi acusada de agir com violência na desocupação, autorizada pela Justiça. O deputado estadual gaúcho Jeferson Fernandes (PT) foi preso durante a reintegração de posse.
Após grande polêmica, o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, determinou ao comando da Brigada Militar a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias, a motivação e os fatos ocorridos durante a desocupação do imóvel. A solicitação partiu diretamente do governador José Ivo Sartori.
Na época da reintegração de posse, o governo divulgou uma nota: “Foram feitas sucessivas mediações e esgotadas todas as alternativas de resolução consensual de conflito ao longo de um ano e meio, na presença de representantes do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), seja perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) ou no Centro de Conciliação e Mediação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE/RS)”. Conforme a nota, o local será reformado e ocupado pela Defesa Civil e por setores da Casa Civil gaúchas.