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Por Redação O Sul | 22 de maio de 2016
O filme “I, Daniel Blake”, do diretor Ken Loach, recebeu a Palma de Ouro na 69ª edição no Festival de Cannes neste domingo (22). O longa desbancou o brasileiro “Aquarius”, do cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho, que também estava na disputa.
Já Sônia Braga, bastante elogiada por sua atuação como protagonista de “Aquarius”, não recebeu o prêmo de melhor atriz, ganho pela filipina Jaclyn Jose, pelo longa “Ma’Rosa”.
Palma de Ouro
O vencedor da Palma de Ouro conta a história de Daniel Blake, um marceneiro inglês que, aos 59 anos, sofre um ataque do coração no meio do trabalho e quase morre.
Às voltas para se desvencilhar da burocracia e conseguir auxílio do governo pela primeira vez em sua vida, Blake se envolve com Katie. Mãe solteira de duas crianças, Daisy e Dylan, a mulher topa se abrigar na casa dele para fugir das condições precárias de moradia em que se encontrava.
Mendonça Filho e Sônia protagonizaram, ao lado do restante da equipe de “Aquarius”, um protesto contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff durante a estreia do filme.
Brasileiros
Os outros brasileiros concorrendo se saíram melhor. No sábado (21), o documentário “Cinema Novo”, de Eryk Rocha, ganhou o “Olho de Ouro” do Festival de Cannes. O filme trata do movimento cinematográfico nascido no Brasil que revolucionou a criação artítica nos anos 1960 e 1970.
O filme, de 90 minutos, é um ensaio poético sobre o movimento cinematográfico, e inclui trechos de filmes da época e depoimentos de seus principais expoentes, como Nelson Pereira do Santos, Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Paulo César Saraceni e Glauber Rocha, pai do realizador.
Outro representante do Brasil no 69º Festival de Cannes, “A moça que dançou com o diabo” , que concorria na categoria de curta-metragem, não ganhou o prêmio principal, mas ganhou uma distinção do júri.
Com duração de 14 minutos, o curta dirigido por João Paulo Miranda Maria é inspirado em uma lenda urbana de São Carlos (SP): a história de uma garota de família religiosa que, na noie de Sexta-feira da Paixão, dança com um forasteiro que mais tarde revela ser o diabo.
Veja abaixo a lista dos ganhadores desta edição:
Grande Prêmio
Xavier Dolan levou por “Juste la Fin du Monde”. Uma produção de Canadá e França, o filme conta a história de um escritor que está próximo da morte e volta a sua cidade natal após 12 anos de ausência.
Melhor Diretor
Olivier Assayas foi o ganhador por “Personal Shopper”, estrelado por Kristen Stewart. Filme produzido pela França mostra uma jovem que odeia seu trabalho e acaba de perder o irmão, morto em um ataque cardíaco.
Ela vê fantasmas, recebe mensagens de texto misteriosas e se envolve em um assassinato brutal enquanto passa pelo que sua intérprete descreveu como uma “crise de identidade”. O filme recebeu vaias durante a apresentação em Cannes, que foram minimizadas pela atriz e pelo diretor.
Melhor Roteiro
Asghar Farhadi recebeu o prêmio de melhor roteiro pelo filme “Forushande”. A produção de origem franco-iraniana se passa em Teerã. Casados, Emad e Ana são forçados a sair de seu apartamento e se mudar para o centro da cidade.
Prêmio do Júri
A diretora Andrea Arnold ganhou o prêmio por “American Honey”. O filme britânico mostra a história de adolescente americana que vende assinaturas de revista de porta em porta. Ela acaba se envolvendo com grupo de arruaceiros.
Melhor ator
O ganhador foi o iraniano Shahab Hosseini, por “Forushande”. Filme também levou prêmio de melhor roteiro e conta história de iranianos obrigados a deixar sua casa e mudar para o centro de Teerã.
Melhor atriz
A filipina Jaclyn Jose foi a premiada pelo longa “Ma’Rosa”, desbancando a brasileira Sônia Braga, que teve sua atuação como protagonista de “Aquarius” elogiada. O filme filipino se passa em Manila e segue a história de uma mãe de 4 filhos que tem uma pequena loja de conveniências.
Curta
O ganhador da noite nessa categoria foi o diretor espanhol Juanjo Gimenez, pelo filme “Timecode”. O brasileiro João Paulo Miranda Maria concorria com “A Moça que dançou com o Diabo”, mas não levou, mas recebeu uma distinção do júri. Produção espanhola, “Timecode” mostra rotina de dois guardas de um estacionamento, Luna e Diego.
Câmera de Ouro
A vencedora da categoria Câmera de Ouro, que premia o melhor filme de um diretor estreante no Festival de Cannes, foi a diretora Hounda Benyamina, por “Divines”. Produção francesa conta a história de mulher que começa a se envolver no mundo das drogas.
Documentário
O documentário “Cinema Novo”, de Eryk Rocha, sobre o movimento cinematográfico nascido no Brasil que revolucionou a criação artítica nos anos 1960 e 1970, já havia sido anunciado o ganhador neste sábado (21) do “Olho de Ouro” do Festival de Cannes. (AG)