O ator Bruce Willis, 69 anos, foi visto em uma rara aparição pública na segunda-feira (9). Veículos da imprensa internacional publicaram uma foto do artista em um carro preto. Bruce está afastado dos holofotes desde que foi diagnosticado com demência frontotemporal, em 2022.
Segundo o jornal britânico Metro, o ator fazia um passeio de carro pelo sul da Califórnia. Desde o diagnóstico, a família de Bruce também tem compartilhado fotos e atualizações sobre o estado de saúde do ator. Em julho, Tallulah Willis, filha de Bruce com Demi Moore, publicou uma foto do pai ao lado do genro do artista, Justin Acee.
Bruce e Demi Moore foram casados entre 1987 e 2000 e, após o divórcio, mantiveram relação amigável. Os dois tiveram três filhas, Tallulah, Rumer e Scout. Depois do diagnóstico, Demi ficou mais próxima do ex-marido. Em 2023, ela se mudou para a casa de Bruce Willis e da atual esposa do ator, Emma Heming, para ajudar a família.
Willis deixou de atuar após ser diagnosticado com demência frontotemporal. A doença provoca sintomas como mudanças comportamentais e de personalidade, entre elas, desinibição, perda de empatia, falta de julgamento, impulsividade e comportamentos compulsivos.
Doença
Sua condição se tornou pública em março de 2022 e é recorrentemente discutida nas redes sociais da família, sobretudo a de Emma Heming Willis, casada com ele desde 2009. É esta história que ela pretende contar em um novo livro, anunciado em abril, com previsão de chegada às livrarias ano que vem. A ideia de Emma é revelar detalhes sobre a atual realidade de Willis e expor como ela, sua principal cuidadora, lidou com as transformações na própria vida. “Quando a gente não cuida de nós mesmos, não podemos cuidar dos outros”, postou Emma em redes sociais. “Preciso diariamente fazer um esforço consciente para viver a melhor vida que posso.” O livro vai sair pela editora Penguin Random House.
Gente como a gente
Em março de 2022 foi divulgado que Bruce Willis estava se afastando do cinema por causa de uma afasia, disfunção que atrapalha a fala. Um ano depois, a família trouxe a público o diagnóstico de demência frontotemporal, condição neurodegenerativa que afeta a linguagem e o comportamento. Na época, diretores e atores que trabalharam com ele nos últimos anos revelaram terem se preocupado, nos bastidores, com a saúde do ator. Ele não parecia, nem de longe, com John McClane, de “Duro de matar”, que virou de cabeça para baixo a noção de herói de Hollywood em 1988.
“Até então, o público tinha como herói dos filmes de ação atores como Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, homens muito fortes”, diz o crítico de cinema Mario Abbade. “O cara comum não se sentia representado. Ele pensava: ‘Nunca vou ser um Stallone com esse corpo.’ Mas aí chega o Bruce Willis, já ficando meio calvo, e consegue colocar o homem mais comum nessa posição.”
Willis havia feito sucesso na série “A gata e o rato”, mas ainda era inexperiente no cinema. O que, segundo o crítico, acabou se revelando um trunfo para brincar com as expectativas da plateia.
“Como o grande público não o conhecia, pensava-se que ele podia morrer a qualquer momento nos filmes, mesmo em Duro de matar 2 (1990)”, diz Abbade. “Stallone, por exemplo, podia enfrentar um dragão e você sabia que ele não ia morrer. Nem o James Bond.”
Esta imagem de herói despretensioso, construída ao longo de 35 anos, tem agora sido usada, sob intermédio da família, para a discussão sobre as demências e os impactos delas no ambiente familiar.