Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Percebe-se que, nos últimos anos, algumas pessoas estão deixando aflorar um ponto de vista mais conservador, especialmente tratando-se de moral. A questão das drogas é assunto que nunca sai dos debates políticos, econômicos e sociais. Tirando a questão da moralidade, com que se pode concordar em muitos aspectos, há indivíduos que creem estar imbuídos de uma missão divina de impor aos demais como a vida deve ser vivida. Além disso, acreditam que a razão pela qual a sociedade sofre é a falta de medidas mais duras que mostrem o caminho correto a ser seguido.
Será que temos o direito de sermos deuses com o intuito moral de tentar salvar quem não quer ser salvo? Será que regulando, impondo leis de proibição e medidas coercitivas não estamos contribuindo para o aumento do valor da droga no mercado e para o alastramento do mercado negro dessas substâncias? Outro fator que devemos analisar é o crescimento exponencial da população carcerária. A cadeia, caracterizada por muitos como a escola do crime, deveria ser preenchida apenas pelos reais transgressores da sociedade, e não por vendedores e usuários de drogas.
É sabido que o combate à criminalidade proveniente do tráfico de drogas custa ao contribuinte uma verdadeira fortuna, porém, é sabido também que a liberação das drogas não é medida que acabará com o surto de violência no país. Isso se deve ao fato de que o tráfico é apenas a ponta do iceberg quando nos referimos aos fatores determinantes do crime – porém, cortar o cume já é um começo.
A ilegalidade da droga corrobora para o agravamento da vinculação entre o vício e o crime. Rothbard, grande autor libertário, explica que, quando os crimes são cometidos por dependentes, a razão está, na maioria das vezes, ligada ao aumento dos preços dos narcóticos devido a sua própria proibição e baixa oferta no mercado.
A redução da criminalidade e a garantia da liberdade individual devem ser levadas em conta na hora de clamarmos por mais uma PROIBIÇÃO.
Nina Mazzali é empresaria e associada do IEE.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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