Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 15 de abril de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Dois personagens marcantes da política e do noticiário policial nos últimos anos, os ex-governadores do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, que juntos somavam mais de 520 anos de prisão por crimes de corrupção, preparam lentamente o retorno à vida pública, inspirados no caso do antigo aliado Lula que, mesmo após condenado em três instâncias por corrupção e outros crimes, conseguiu retornar à política e tornar-se presidente da República.
O caso de Sergio Cabral
Em março deste ano, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi absolvido em mais um processo em que era acusado de receber propina. A ação civil pública contra ele era por suposta improbidade administrativa. Nos 23 processos em que foi condenado, não houve trânsito em julgado — ou seja, ainda cabe recurso. Somadas, as penas chegavam a 425 anos e 20 dias de prisão. Cabral ficou preso por seis anos. Preso em 2016 sob suspeita de comandar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propina de empreiteiras, em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela soltura de Cabral por considerar excessivo o tempo de prisão preventiva em uma das ações de que ele é alvo.
Agora, Pezão é absolvido
Esta semana, foi a vez do outro ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão ser absolvido. A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal decidiu, por maioria dos votos, absolver Luiz Fernando Pezão, da condenação de primeira instância da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a 98 anos de prisão. Com a reforma da sentença, Pezão foi absolvido da condenação pelas acusações de corrupção passiva e ativa, das investigações da Operação Boca de Lobo.
Trabalho técnico de Gustavo Victorino reconhecido até pela esquerda
Após a instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Acesso à Justiça e da Advocacia, na quinta-feira (13), o deputado Gustavo Victorino (Republicanos) teve duas surpresas positivas. A primeira, foi a manifestação do presidente do legislativo, deputado Vilmar Zanchin, que normalmente comedido, elogiou a “atuação técnica” de Victorino. Mais tarde em plenário, no Grande Expediente em defesa do acesso à justiça, Victorino recebeu um aparte do deputado Pepe Vargas (PT), futuro presidente do legislativo, que elogiou a sua proposta em defesa da democracia e do acesso à justiça, citando conservador Winston Churchill: “a democracia é o pior dos regimes, à exceção de todos os outros”.
E agora: o Sindicato dos Engenheiros se esquerdizou?
A propósito da Corsan, a falta de perspectiva de trabalho para a categoria dos engenheiros, diante da incapacidade da companhia em realizar as grandes obras de saneamento necessárias, fez com que causasse estranheza uma Ação Cautelar proposta na Justiça do Trabalho, pelo Senge, o Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio Grande do Sul, buscando travar a alteração societária.
A estranheza da ação, está no fato de que o Senge, com este ato, adota uma pauta ideologicamente identificada com a esquerda. O sindicato alega defender os engenheiros da empresa, quando na verdade, o movimento contra a alteração societária da Corsan é um verdadeiro retrocesso. O que está claro, diante da travamento do investimento privado, é que essa realidade prejudica a categoria dos engenheiros, que são os profissionais que mais ganharão com as grandes obras. Só quem tem a perder com o investimento privado nas obras de saneamento, é o aparelho esquerdista que movimenta o sindicalismo gaúcho. No Rio Grande do Sul, o território urbano possui apenas 39% de cobertura de esgoto, enquanto a média nacional é de 63% segundo o governo federal. Diante de tudo isso, cabe a pergunta: se a ação prejudica os próprios engenheiros, a serviço de quem estaria o sindicato da área nesse caso?
Conselho da Fiergs defende imediato repasse do controle da Corsan
Uma análise relevante foi feita esta semana pelo Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul sobre a demora na alteração do controle da Corsan, a Companhia Riograndense de Saneamento. Destacando a limitada capacidade da Corsan, de apenas de R$ 400 milhões por ano em investimentos, a análise menciona que a companhia “não tem como cumprir as exigências do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, que estabelece metas para a universalização dos serviços de água e esgoto e exige um investimento total de R$ 11 bilhões na área de concessão da empresa,” sugerindo que , a alteração “precisa ser destravada o quanto antes para que o Rio Grande do Sul possa receber os investimentos que necessita em saneamento”. Coordenador do Coinfra, Ricardo Portella, destacou outro ponto importante: o corpo técnico do Tribunal de Contas do Estado já atestou que o preço de venda da estatal, arrematada por R$ 4,15 bilhões, mas temporariamente suspensa pela Justiça, não está subvalorizado.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.