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Viagem e Turismo Cada vez mais mulheres optam por viajar em grupos só para o sexo feminino

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Mulheres se reúnem em grupos para viajar. (Foto: Divulgação)

É a sororidade de malas feitas. Como forma de vencer o medo de lugares desconhecidos, estreitar e descobrir amizades, superar momentos difíceis ou até contornar a imobilidade do marido, mais mulheres optam por viajar em grupos só para o sexo feminino. A tendência já movimenta uma parte do mercado de agências de turismo.

Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), em 2023 houve um aumento de ao menos 20% no número de mulheres viajantes. A presidente do Conselho da Abav Nacional, Ana Carolina Medeiros, relaciona o crescimento ao maior número de mulheres independentes:

“Sempre existiu segmentações no turismo, como religioso, médico e o de idosos. O setor agora olha mais para as mulheres.”

Foi o fim de um casamento de 32 anos que levou a professora Fernanda Rodrigues, de 56 anos, a buscar a NTour Viagens para Mulheres para uma primeira viagem. O destino foi Maceió, em 2023.

“Queria viajar, mas não sozinha. A experiência mudou minha vida. Além de superação, voltei com amigas de várias partes do Brasil, com quem continuo viajando”, conta Fernanda, que repetiu a experiência em 2024, desta vez em Jericoacoara (CE).

As viagens ajudaram a dentista Oneide de Fátima Toniazzo, de 71 anos, a superar o momento mais difícil de sua vida. Divorciada, ela perdeu o filho de 29 anos em um acidente de carro em 2015. Encontrou na agência Mulheres pelo Mundo companhia nos passeios.

“Meu filho sempre gostou de viajar e busquei nelas uma forma de homenageá-lo. Se tornou uma maneira de sobreviver”, conta Oneide, que já esteve em mais de 30 países.

O medo de viajar sozinha impedia a gerente de vendas Giselle da Silva, de 41 anos, de conhecer o Deserto do Atacama, no Chile. Em março, após uma viagem com seis desconhecidas pela Woman Trip, o sonho foi concretizado.

“O local tem uma energia incrível e todas nós nos demos muito bem. Mas o que mais me marcou foi o orgulho que senti por encarar meus medos”, contou.

Segundo a psicóloga Kívia Rodrigues, a relação de amizade criada pelas viajantes em grupo pode ser tão importante quanto a experiência de conhecer novos lugares.

“É uma oportunidade para essas mulheres não apenas conhecerem o que está do lado de fora delas, mas também para se aproximarem mais de si mesmas”, pondera.

A turismóloga Gilsimara Caresia, dona da agência GirlsGo, diz que viagens para esse nicho podem ser um pontapé para mulheres desbravarem novos destinos em voos solos.

“Muitas meninas que começam a viajar nos meus grupos tomam coragem para em um segundo momento irem sozinhas a algum lugar”, conta Gilsimara, que abriu a agência em 2015 e organiza desde 2019 o Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes, em São Paulo.

Não são apenas mulheres solteiras que compõem os grupos. A empresária Maria Inez Oliveira de Souza Einsfeld, de 68 anos, casada há 36 anos, já viajou para a Índia pela GirlsGo e prepara as malas para uma viagem para o Marrocos em outubro.

“Meu marido avisou no início do casamento que não gostava de viajar. Mas eu sempre amei e não quis abrir mão. Já conheci pelo menos 25 países”, contou Maria Inez, que fez quatro viagens só este ano e ainda pretende ir para a Itália e Grécia até dezembro.

Foi um incômodo pessoal que fez a psicóloga Cleonice Aparecida Franco a criar a primeira empresa especializada no segmento no Brasil, a Mulheres pelo Mundo. Cleonice sofria com a falta de companhia para viajar após se divorciar e viu o mesmo problema acontecer com outras mulheres.

A atual proprietária da agência, Fernanda D’Erasmo, confirma que, embora suas clientes sejam todas mulheres, não há um perfil padrão das viajantes. A diversidade reina nos motivos que levam à formação dos grupos femininos.

“Há quem busque por ter medo de viajar sozinha, por ter ficado viúva ou se separado, por incentivo dos filhos, por querer fazer novas amizades ou querer viver a experiência de viajar com pessoas desconhecidas”, cita.

A professora titular da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense (UFF), Verônica Feder Mayer, aponta que essa forma de fazer turismo aumenta a segurança das mulheres, que correm mais risco que os homens em lugares que estão desbravando.

“Um grupo é uma rede de proteção”, explica.

Dados de 2019 do ranking Women Danger Index, que analisa estatísticas de feminicídio, assédio, segurança e serviços, apontam o Brasil como o segundo país mais perigoso para mulheres viajarem sozinhas, perdendo só para a África do Sul. E um estudo da Money Transfer de 2023 mostra o Brasil como o terceiro destino mais perigoso, atrás da África do Sul e do Peru.

A segurança é um dos benefícios apontados por Nicole Liberato Oliveira, de 28 anos, proprietária da Ntour, na hora de oferecer seus serviços.

“As mulheres se sentem naturalmente inseguras, e em lugares diferentes isso pode ser pior. A agência oferece o suporte de alguém que conhece os costumes e a cultura”, diz Nicole.

A empresa Woman Trip tem ainda como atrativo a busca por estar rodeada de mulheres em seu staff, priorizando guias turísticas e motoristas do sexo feminino nos passeios. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/cada-vez-mais-mulheres-optam-por-viajar-em-grupos-so-para-o-sexo-feminino/ Cada vez mais mulheres optam por viajar em grupos só para o sexo feminino 2024-07-15
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