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Cafu diz que Neymar tem de responder se ainda quer ser importante na Seleção Brasileira

O capitão do penta se diz otimista em relação ao trabalho de Dorival Júnior. (Foto: Divulgação)

A imagem da taça sendo erguida por Cafu em 2002 está ficando cada vez mais distante na memória dos torcedores. A Seleção Brasileira vive um momento de turbulência, com resultados ruins e na expectativa da estreia de Dorival Júnior. O capitão do penta se diz otimista em relação ao trabalho do treinador, mas reconhece que o caminho para encerrar o jejum de títulos na Copa do Mundo é árduo. Em entrevista, o ex-jogador de 53 anos fala sobre o que espera de Neymar e elogia Endrick e Vinicius Junior.

Neymar protagonista?

“Só o Neymar pode dar essa resposta. Nós não podemos dar essa resposta por ele. Temos ainda três anos para a Copa do Mundo e essa resposta ele vai dar diariamente, nos jogos, com comprometimento. Só ele pode dar essa resposta. Fui um dos jogadores que nunca deu resposta pelos outros. Muita gente apostava que eu não iria chegar aos 34 anos e joguei até os 38. Isso é muito relativo, vai de acordo com o tempo. É um jogador que na qualidade técnica é indiscutível, supera qualquer atleta, mas ele precisa estar bem, querendo, comprometido… É um jogador que faz falta em qualquer momento”, disse Cafu.

…E o Endrick?

“É um grande jogador que pode se transformar em craque. Ele pode se tornar a nossa maior esperança, o nosso maior craque, o maior ídolo desses últimos 10 anos. Depois do Neymar, o Brasil ficou muito carente de ídolos. Não tivemos ídolos praticamente em quase nenhum clube, não tivemos ídolos assim unânimes na Seleção como é o Endrick. Mas é um menino. Essa saída para o Real Madrid vai fazer muito bem para ele, principalmente indo para um clube onde vai encontrar jogadores consagrados, mesmo sendo jovens, como Rodrygo e Vinícius Junior, além de atletas que lá estão, e isso pode ajudá-lo na transformação para ser um grande jogador. Mas uma pessoa será muito importante para ele, que é o Ancelotti. Ele sabe trabalhar com jovens promissores. Acho que isso vai fazer o Endrick ganha muita experiência.”

O que falta para o Brasil?

“É difícil porque o Brasil contra a Croácia (em 2022) foi uma questão de falta de atenção. O Brasil contra a França em 2006, também foi falta de atenção. Nós perdemos a oportunidade de avançar nas competições por simples falta de atenção, não por falta de ter futebol, por falta de comprometimento. Foi nítido, faltavam quatro minutos, o Brasil poderia ter recuado, segurado a bola, e, em uma falta de atenção, tomamos o gol. Acho que está faltando é só esse detalhe. Costumo falar que, principalmente em uma Copa do Mundo, é 100% concentração e 0% erro. Um minuto que você ficar desconcentrado, você pode cometer um erro e ser punido, como aconteceu com o Brasil (em 2022).”

Europeus na frente

“Os números dizem isso. Nós ficamos 24 anos sem conquistar o título depois de 1970. Fomos campeões em 1994 e, mesmo assim, muitas pessoas falaram que foi nos pênaltis, mas ganhamos. O importante é isso, conquistar o título, independentemente da maneira que seja. Mas se comparamos hoje, as seleções europeias levam vantagem sobre o Brasil. Aí você vai falar que todos os jogadores titulares da seleção brasileira jogam no futebol europeu. É verdade, mas, quando eles se juntam, temos de ter a consciência de que temos de jogar como seleção brasileira e não individualmente.”

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