Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2024
O otimismo do brasileiro com relação ao acesso a crédito diminuiu, segundo mostra pesquisa encomendada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais (Ipespe). Dos entrevistados, 35% acreditam que o acesso deve aumentar nos próximos seis meses, uma leve alta em relação aos 34% da pesquisa anterior, feita em outubro.
Entretanto, o índice dos que acreditam que o acesso vai diminuir ficou em 28%, de 26% antes e o pior nível desde março de 2021. Outros 32% acham que o acesso permanecerá igual e 5% não sabem ou não responderam. O crescimento do crédito deve desacelerar para 9,6% no próximo ano, de 10,6% este ano.
Sobre a taxa de juros, 68% acreditam que ela deve aumentar nos próximos seis meses (de 56% na edição anterior), 16% avaliam que ela deve ficar igual e 13% acham que vai cair. Já em relação à inflação, 68% apostam em alta, 18% em estabilidade e 12% em queda. E para o endividamento de famílias e empresas, 65% citam aumento, 19% manutenção e 13%, queda.
No geral, 75% dos entrevistados afirmam que a vida deve melhorar em 2025. Na pesquisa anterior, esse índice era de 62%. Já em relação à situação do Brasil, a avaliação piorou. Para 49%, a condição do País deve melhorar no próximo ano (de também 49% antes); outros 28% dizem que a situação vai piorar (de 23% antes); e 19% afirmam que deve ficar igual (de 28% antes).
“Os sentimentos para 2024 e as perspectivas para 2025 carregam sentimentos de otimismo e cautela, que refletem o que ocorreu ao longo de todo ano. De um lado, o período que se encerra teve um viés positivo para as pessoas e as famílias, com a alta do emprego, mas também foi influenciado negativamente pela seca, queimadas e pelo noticiário de alta da Selic, dos juros e da inflação”, afirma em nota o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe.
Perguntados sobre as áreas em que o Brasil mais melhorou em 2024, os entrevistados citaram emprego e renda (23%), saúde (9%) e educação (7%). Já sobre as áreas que mais pioraram, a saúde aparece novamente (18%), seguida por segurança (16%) e inflação e custo de vida (12%).
Aumenta saldo de empregos
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil registrou aumento no saldo de empregos formais em novembro, com a criação de 106.625 postos de trabalho com carteira assinada. No acumulado do ano, foram abertas mais de 2,2 milhões de vagas, elevando o estoque de empregos formais no país para 47,7 milhões, um crescimento de 0,22% em relação a outubro. O índice reflete a diferença entre admissões e demissões e é um indicador relevante para avaliar o mercado de trabalho.
A análise por setores de atividade revela que o comércio liderou a criação de vagas, com 94.572 postos, especialmente no segmento de reparação de veículos. O setor de serviços também se destacou, gerando 67.717 empregos, puxado por áreas como comunicação e atividades financeiras. Em contrapartida, setores como a construção civil (-30.091 vagas) e a agropecuária (-18.887 vagas) apresentaram redução no número de empregos, influenciados por fatores sazonais. Na indústria, houve fechamento de 6.678 postos, com maior impacto na indústria de transformação.
Regionalmente, quatro das cinco regiões brasileiras registraram aumento no emprego formal em novembro, com destaque para o Sudeste, que criou 53.677 postos, seguido pelo Nordeste e Sul. Entre os estados, São Paulo liderou na abertura de vagas, enquanto o Centro-Oeste apresentou saldo negativo, com destaque para Mato Grosso, que perdeu 7.852 postos. Esses números mostram um mercado de trabalho em recuperação parcial, com oscilações entre setores e regiões. As informações completas estão disponíveis no portal do Ministério do Trabalho e Emprego. As informações são dos jornais Valor Econômico e Brasil em Folhas.