Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2022
Em 2021 até setembro, a Caixa Econômica Federal concedeu 104 bilhões de reais em empréstimo imobiliário, alta de 27,9% sobre um ano antes. Em termos anualizados, as concessões devem superar 135 bilhões de reais no acumulado do ano passado. Se a previsão para este ano for alcançada, haveria, portanto, uma desaceleração.
Impulsionado pela queda da Selic, a taxa básica de juros, à mínima histórica de 2% ao ano, o crédito imobiliário teve forte crescimento entre 2020 e o começo do ano passado. Mas esse ritmo tem perdido força desde que o Banco Central (BC) começou a subir a taxa básica rapidamente para tentar esfriar a inflação, que superou 10% em 2021.
Segundo a Abecip, entidade que representa as financiadoras imobiliárias no país, a concessão de crédito no setor em novembro subiram 26,8% em relação a igual mês de 2020. Embora ainda fortes, os desembolsos desaceleraram. Em março, o crescimento ano a ano tinha sido de 172,7%.
Atualmente em 9,25% ao ano, o juro básico do País ainda deve ter novos aumentos, segundo projeções majoritárias de economistas, podendo superar 11% nos próximos meses.
Para Guimarães, no entanto, por ter taxas de juros mais baixas do que a maioria dos concorrentes, especialmente com linhas menos impactadas pela inflação, como a do SBPE, a Caixa deve seguir ampliando os desembolsos em ritmo superior.
Segundo dados da corretora imobiliária Akamines, a menor taxa cobrada hoje pela Caixa é de 8,3% ao ano + TR, ante 9,99% do Santander Brasil, 9,5% de Bradesco e 9,1% de Itaú Unibanco.
De acordo com o executivo, a combinação recente de aumento da inflação e do juro se refletiu em “pequena alta” dos números de inadimplência dos financiamentos imobiliários na Caixa nos últimos meses, mas o banco tem flexibilidade para negociar com os mutuários sem ter que retomar os imóveis.
Desde meados de 2020, a Caixa concedeu pausas no pagamento de prestações a cerca de 2,5 milhões de mutuários, na esteira da crise desencadeada pela covid-19. Guimarães disse que no momento não considera abrir novas pausas.
“Não vemos necessidade disso agora”, disse o executivo.