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Caixa reduz limite e vai financiar só até 50% de imóveis usados

Construção civil é a área com maior demanda de formação no Estado. (Foto: Agência Brasil)

A CEF (Caixa Econômica Federal) reduzirá o limite de financiamento para imóveis usados a partir de segunda-feira (4). O objetivo é focar a oferta de crédito habitacional em moradias novas. O banco detém 70% de todos os financiamentos de imóveis no Brasil. A mudança vale apenas para imóveis usados financiados com recursos da poupança – ficam de fora o crédito para a habitação popular, como o programa Minha Casa, Minha Vida e os financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Nessas modalidades, não houve alterações.

Pelas novas regras, os financiamentos com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) terão uma redução do limite do valor total financiado de 80% para 50% do valor do imóvel no SFH (Sistema Financeiro de Habitação), e de 70% para 40% para imóveis no SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), pelo Sistema de Amortização Constante. Quem comprar um imóvel usado pelo SFH terá que dar uma entrada de, no mínimo, 50% e financiar a outra metade. Antes, a entrada mínima era de 20%. No caso do SFI, o valor mínimo da entrada passará a ser de 60%.

Essa restrição afetará principalmente consumidores com menos recursos para comprar imóveis, conforme o vice-presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal, Eduardo Aroeira Almeida. “A faixa de compradores entre entre 190 mil reais e 250 mil reais costuma ter valores menores disponíveis para dar como entrada”, diz. Como a proporção de vendas de imóveis usados é maior que a de novos, Almeida afirma que essa restrição pode prejudicar, inclusive, o nível de emprego no setor de construção civil.

Preços – Por outro lado, o vice-presidente não acredita que essa restrição nas vendas de usados possa provocar uma redução nos preços dos imóveis. “A margem na queda dos preços já está muito apertada.”

Em março, os preços dos apartamentos à venda acumularam no ano queda real (considerando a inflação do período) de mais de 3% em 20 cidades. No mês passado, a alta nos preços foi de 0,14% na comparação com fevereiro. No acumulado em 2015, o aumento é de 0,69%. No mesmo período, a inflação esperada para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo é de 3,91%. Dessa forma, o preço médio do metro quadrado registra nos três primeiros meses do ano queda real de 3,1%. Foi a quinta vez seguida que o índice teve queda real na comparação mensal.

Poupança – A restrição ocorre após a caderneta da poupança ter registrado uma saída líquida (retiradas menos depósitos) de 11,43 bilhões de reais em março, a maior fuga de recursos da aplicação para todos os meses. Março foi o terceiro mês seguido em que a poupança registrou recorde de saídas de valores. Em janeiro, 5,52 bilhões de reais haviam deixado a caderneta, valor que subiu para 6,26 bilhões de reais em fevereiro e para mais de 11 bilhões de reais em março. Neste mês, a CEF voltou a aumentar as taxas de juros do financiamento imobiliário com recursos da poupança pelo SFH. A primeira elevação deste ano foi aplicada no mês de janeiro. (Taís Laporta/AG)

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